A petrolífera francesa Total, que opera no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, desafia as empresas moçambicanas a investirem na qualidade de serviços ao nível das exigências das multinacionais, de modo a competir na indústria de gás e petróleo no país.
Segundo o director comercial da Total, no país, Alexandre Nhavotso, a indústria de petróleo e gás traz consigo a componente de qualidade, facto que representa um desafio para o sector empresarial moçambicano, principalmente ao que opera no sector agrário e avícola.
Para a fonte, não faz sentido que a multinacional importe produtos alimentares, enquanto existem empresas moçambicanas que podem fornecer estes produtos internamente.
Falando recentemente, em Maputo, numa conferência virtual de apresentação da II edição do índice de robustez empresarial, Nhavotso disse que as empresas devem perceber que há um nível de qualidade reconhecido internacionalmente e que se exige o seu cumprimento rigoroso.
“Vamos precisar de produtos frescos todos os dias. Estamos a falar de vegetais e hortícolas. Não faz sentido adquirir tudo. Importar significa gastar mais dinheiro e se temos a flexibilidade de obtermos internamente, todos os dias, produtos como tomate fresco de qualidade, teremos que apostar numa empresa moçambicana. Mas ela deve obedecer altos padrões de qualidade”, assegurou Nhavotso.
Durante a sua intervenção, Nhavotso indicou que os empresários devem ter em conta que a qualidade referida não pode ser comparada com a dos produtos que no dia-a-dia são consumidos no mercado doméstico.
Disse existirem outros factores que se devem ter em conta, desde a semente que é usada, a frescura do produto, o seu transporte, entre outros.
“O tomate que chega à minha mesa e me satisfaz pode não cumprir as exigências de uma multinacional. Portanto, o manuseamento que é feito desde o plantio até à colheita são processos que internacionalmente têm um alto nível de exigência”, explicou.
Dados avançados pela fonte apontam que a Total emprega mais de seis mil trabalhadores na sua base logística e, de forma gradual, este número deverá aumentar para 14 mil durante a fase de pico de produção. “A questão é como alimentar esta gente toda”, sublinhou.
Uma das medidas que tem sido destacada em encontros sobre conteúdo local é a necessidade de capacitar as empresas nacionais para que elas possam tirar ganhos deste projecto considerado um dos maiores de gás natural liquefeito em África.