A Retoma da perfuração para a pesquisa de gás natural no Bloco do Búzi, na província de Sofala, continua condicionada à evolução do Covid-19.
A pesquisa de gás nesta área da Bacia Sedimentar de Moçambique arrancou em Janeiro do ano passado, com a previsão de abertura de dois poços. Entretanto, o trabalho foi interrompido no final do primeiro trimestre na sequência da declaração, no país, do estado de emergência e as restrições impostas nas ligações internacionais.
Dados avançados na altura da interrupção dos trabalhos indicam tratar-se de uma actividade complexa desenvolvida por um número considerável de trabalhadores, incluindo expatriados, que devido à obrigatoriedade de cumprir os procedimentos estabelecidos pelo Governo relativos à entrada e saída de bens e pessoas no território nacional não poderão fazer a devida rotação.
Fonte do Instituto Nacional de Petróleo (INP) afirma que desde a interrupção das actividades, os trabalhos na área circunscrevem-se à manutenção da plataforma, enquanto se espera pelo pessoal técnico operacional, que depende do ponto da evolução do Covid-19.
Localizado na Bacia Sedimentar de Moçambique, mais precisamente no distrito do Búzi, a sul da província de Sofala, o Bloco do Búzi tem indícios de presença de gás detectados há 53 anos. Em 2008, o Governo moçambicano admitiu o início da prospecção deste recurso, tendo sido abertos alguns furos com o apoio da Indonésia.
Neste momento, os trabalhos estão a cargo da empresa indonésia Buzi Hydrocarbons, que detém 75% dos direitos sobre o Bloco do Búzi. Por força dos contratos, a firma é parceira da Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos, braço empresarial do Estado na área dos petróleos, detentor dos restantes 25%.
A Bacia Sedimentar de Moçambique é das menos activas em termos de pesquisa de petróleo neste momento. A única exploração comercial de gás natural nas proximidades deste ponto está a ser feita pela Sasol, que exporta grande parte do recurso para a África do Sul.
Uma parte do hidrocarboneto é usada em Moçambique através de projectos de geração de electricidade e alimentação de veículos automóveis nas cidades de Maputo e Matola. Por meio de um acordo de partilha de produção, o Governo e a Sasol estão a mobilizar recursos para a viabilização do projecto da Central Termoeléctrica de Temane, com capacidade para gerar 400 MW, bem como uma pequena refinaria para o enchimento de botijas de gás de cozinha, o que poderá contribuir para a massificação do uso deste recurso no país.