Desde 2015, pelo menos 46 empresas de construção civil inscritas na Associação dos Empreiteiros de Manica fecharam as suas portas, alegando falta de adjudicação de obras pelo Estado e privados, segundo deu a conhecer o presidente da agremiação.
José Melo Chibante, presidente da associação e proprietário da empresa África Construções, disse que a província possui actualmente apenas três empresas que estão a operar, pois maior parte decidiu fechar as actividades, facto que preocupa.
Chibante explicou que a falta de celebração de contractos para execução de obras envolvendo o Estado e empresas de construção civil desta região do país é causada por alguns funcionários desonestos que desviam os concursos públicos para empresas pertencentes a amigos e familiares.
O presidente dos empreiteiros em Manica disse ainda que, por exemplo, nos concursos para a reabilitação ou melhoramento dos sanitários escolares face à pandemia do Covid-19, nenhuma empresa da província foi contratada para o efeito.
“Para o reinício das aulas, só vimos empresas de construção civil a fazerem o trabalho, nem houve subcontratação, mas quando observamos as placas os valores em causa são altíssimos”, disse o presidente.
Afirmou ainda que maior parte das empresas contratadas não faz obras de qualidade por causa da burocracia aquando da sua contratação.
“Muitas obras ficam sem tecto apenas com um pequeno vendaval e nunca se faz um inquérito dos empreiteiros que ganharam os concursos para se saber a idoneidade de cada um e, se necessário, responsabilizá-los”, disse.
De acordo com Chibante, actualmente tem havido adjudicações de forma directa visando facilitar as empresas encontradas no esquema, facto que contribui para o abandono das empresas em Manica.