O incumprimento da veda da pesca de camarão que iniciou a 1 de Novembro de 2020 e que vai até 31 de Março deste ano, em toda a costa moçambicana, poderá tornar a exploração deste recurso pesqueiro insustentável nos próximos tempos.
O sector de fiscalização do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP) tem vindo a reportar, nos últimos dias, casos de apreensão de embarcações e produto pescado ilegalmente, assim como a destruição de material usado para o efeito, um pouco por todo o país.
Estes actos têm ocorrido com maior incidência nas províncias de Gaza, Sofala, Zambézia e Cabo Delgado, onde também tem sido levada a cabo campanhas de sensibilização para desencorajar a prática, disse uma fonte do MIMAIP citado pelo Notícias.
A título de exemplo, uma equipa de fiscalização realizou recentemente em Cabo Delgado uma actividade de rotina nos centros de pesca de Nacole e Ruela, nos quais foram aprendidas três embarcações, sendo duas a motor e uma à vela, assim como três redes mosquiteiras usadas na captura do marisco.
Também nesta província, no centro de pesca de Nloco foram inspeccionadas 14 artes usadas pelos pescadores, das quais, sete de emalhar de superfície, quatro de linha de mão e três de arrasto, estas últimas consideradas nocivas para a actividade, culminando com a sua apreensão e destruição.
Em Sofala, uma missão com o mesmo objectivo trabalhou nos centros de pesca da Praia Nova, Rio Maria e Régulo Luís. Nestes locais foram inspeccionadas 10 redes de emalhar de superfície e cinco palangres, tendo sido constatada anormalidade no que diz respeito ao cumprimento da legislação pesqueira vigente no país.
Uma vez que durante este período fica interdita a aquisição, transporte, manipulação, processamento ou venda de novos lotes de camarão de superfície, foi interpelado, no bairro Icidua, cidade de Quelimane, um camião com 38 sacos de pescado diverso. O mesmo tinha como destino o distrito de Mocuba. Ainda em Quelimane, foram apreendidos cerca de 10 quilogramas de camarão no centro de pesca de Chipaca.
Em Gaza, técnicos dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) do distrito de Chibuto apreenderam 13 redes mosquiteiras que eram usadas para pesca ao longo das margens do rio Limpopo, tendo sido incineradas para desencorajar o acto.