As indústrias de produção de cimento de construção passarão, brevemente, a adquirir o clínquer na nova fábrica, localizada no distrito de Matutuíne, província de Maputo.
Para o efeito, estão em curso negociações entre o governo e os gestores da Dugongo Cimentos, SA,- a nova unidade fabril, que representa um investimento de cerca de 330 milhões de dólares (cerca de 24,8 mil milhões de meticais) – prevendo-se, por conseguinte, uma redução dos custos de importação na indústria nacional e, provavelmente, do preço do cimento no consumidor final.
A fábrica da Dugongo tem capacidade para a produção de 1,8 milhões de toneladas por ano, empregando 500 pessoas, das quais 400 moçambicanos.
Diferentemente das outras 14 unidades industriais existentes no país, a fábrica de Matutuíne tem a particularidade de utilizar matéria-prima local, nomeadamente o clínquer, principal componente presente na composição do cimento.
Segundo o Director Nacional da Indústria, Sidónio dos Santos, o objectivo é garantir que o clínquer produzido pela Dugongo Cimentos, SA, seja fornecido às outras unidades de produção em Moçambique.
“Trata-se de uma matéria-prima que é, neste momento, importada de vários mercados, com destaque para África do Sul. Com o seu fornecimento, localmente, o país poderá também poupar divisas”, disse.
Por seu turno, o presidente da Associação Moçambicana de Fabricantes de Cimento e Betão, Edney Vieira, afirmou que a indústria nacional está preparada para comprar matéria-prima na Dugongo, salientando que “tudo dependerá do preço”.
Lembrou que os custos de importação da matéria-prima, aliados à subida do câmbio, obrigou as indústrias a reajustarem o preço do cimento no início de Janeiro passado.
Edney Vieira acrescentou ainda que embora as empresas estejam a registar cerca de 25% de acréscimos nos custos de produção, devido ao dólar, a principal moeda de troca, não se justifica que o preço do cimento seja o que está a ser praticado no mercado.
“O nosso apelo é no sentido de que o governo reforce a fiscalização e o combate à especulação do preço que se regista actualmente nos principais pontos de venda do cimento de construção”, disse.