O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, efectua, a partir de hoje, uma visita de trabalho à Tanzânia e a violência armada no Norte de Moçambique é o principal tema, indica a Presidência da República em comunicado.
Durante a visita, Filipe Nyusi vai reunir-se com o seu homólogo da Tanzânia, John Magufuli, sendo o “principal tema de trabalho a conjugação de esforços para fazer face, com eficácia, ao fenómeno do terrorismo que tem afectado os dois países, com impactos na região”, refere-se no comunicado da Presidência moçambicana.
“Debruçar-se-ão igualmente sobre matérias de interesse mútuo, visando impulsionar a cooperação a todos níveis e domínios, para o bem-estar dos respectivos povos”, acrescenta-se no comunicado, avançando-se ainda que a visita surge a convite de Presidente da Tanzânia.
Na sua deslocação à Tanzânia, Filipe Nyusi estará acompanhado pelo comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, e pelo major-general Eugénio Mussa, comandante da zona operacional Norte.
Cabo Delgado, uma das duas províncias moçambicanas que fazem fronteira com a Tanzânia, está sob ataque desde Outubro de 2017 por insurgentes, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.
Em Novembro, Moçambique e Tanzânia assinaram um acordo para troca de informações sobre as incursões de grupos armados.
“O acordo prevê que nós trabalhemos em conjunto no sentido de controlarmos a fronteira do Rovuma, trabalhando com as populações para que elas denunciem a possível movimentação dos terroristas”, disse, na altura, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), momentos após a assinatura do documento na Tanzânia.
A violência armada em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil deslocados, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vai reunir-se este mês para debater a situação de segurança na região.
Agência Lusa