“Durante quase uma década, o Facebook usou o seu domínio e poder de monopólio para esmagar os rivais mais pequenos, afugentar a concorrência e tudo isso às custas dos utilizadores do quotidiano”, acusa a procuradora geral de Nova Iorque Letitia James, que representa uma coligação de 46 estados que se manifestaram contra a forma como a Facebook agiu nestes processos.
As queixas apresentadas na quarta-feira focam-se especificamente nas compras da Instagram por mil milhões de dólares em 2012 e do WhatsApp, por 19 mil milhões de dólares em 2014. Ambas as operações foram autorizadas pelos reguladores, pelo que se antevê uma longa batalha judicial agora. A acusação explica que a Facebook comprou os seus rivais antes que se pudessem tornar uma ameaça ao domínio da empresa.
Por outro lado, Jennifer Newstead, do conselho geral da Facebook, defende que estes processos judiciais são uma manobra “revisionista” e que a legislação anticoncorrencial não devia servir para punir empresas de sucesso, sublinhando que o WhatsApp e o Instagram só se tornaram no sucesso que são hoje depois de a Facebook ter investido milhares de milhões de dólares.
A Reuters cita uma mensagem de Zuckerberg publicada numa plataforma interna de discussão, em que o CEO e fundador da empresa explica que não antecipa quaisquer impactos em equipas ou funções decorrentes destes processos. Em Julho, gravações áudio mostravam Zuckerberg a alertar os funcionários de que a Facebook iria enfrentar uma batalha legal que visava separar a empresa, descrevendo essa batalha como “ameaça existencial”.
Alguns especialistas consideram que o caso da FTC (Comissão Federal do Comércio) é bastante forte, uma vez que pode usar citações de Zuckerberg como a de 2008 quando o fundador escreveu num email que “é melhor comprar do que competir”. Outros, no entanto, referem que as queixas dificilmente vão resultar em algo, especialmente porque estamos perante aquisições validadas pelos reguladores e que já aconteceram há oito e seis anos.
Nos últimos tempos, Giphy e Kustomer foram também compradas pela Facebook, que mantém a sua trajectória de crescimento e expansão.