O Japão anunciou hoje doações a Moçambique no valor de 23,7 milhões de dólares para três projectos. O maior projecto diz respeito à construção de instalações para abastecimento de água na província do Niassa, a mais remota de Moçambique, no norte do país, e está orçado em 20 milhões de dólares.
Os outros dois projectos no valor de cerca de 1,8 milhões de dólares cada vão financiar o fornecimento de lanchas e outros equipamentos para a polícia costeira, lacustre e fluvial e o encerramento da lixeira de Hulene em Maputo.
O crescimento desordenado da lixeira provocou em fevereiro de 2018 um desmoronamento de resíduos que matou 16 pessoas.
A assinatura dos três acordos de doação sob a forma de troca de notas decorreu hoje durante uma visita de dois dias, iniciada na quinta-feira, do ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, a Moçambique.
O governante encontrou-se hoje com a homóloga moçambicana, Verónica Macamo, depois de na quinta-feira se ter reunido com o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi.
Na altura, anunciou a deslocação ao país lusófono de uma missão de investimento em Fevereiro de 2021.
Ainda no que respeita a intenções de investimento, Motegi pediu um reforço de segurança para Cabo Delgado, região do megaprojecto de gás natural de Moçambique e onde há três anos avança uma insurgência de rebeldes armados, ao que Nyusi respondeu afirmativamente.
O governante e o chefe de Estado moçambicano concordaram ainda em desenvolver trabalho conjunto no âmbito de legislação marítima ligada à iniciativa “Indo-Pacífico Livre e Aberto” de estabilidade regional.
O encontro serviu ainda para lançar as bases para a participação moçambicana na próxima Conferência de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD, sigla inglesa), agendada para 2022.
Agência Lusa