A bitcoin voltou à ribalta. A criptomoeda mais popular do mundo subiu mais de 2% e ultrapassou os 19 mil dólares, ficando assim perto de seu máximo histórico de 19 666 dólares. A bitcoin ganhou quase 40% em Novembro e subiu cerca de 160% este ano. E a pergunta que se impõe neste momento é: até onde pode ir esta criptomoeda?
O seu aumento vertiginoso foi alimentado pela procura por activos mais arriscados face aos estímulos fiscais e monetários sem precedentes projectados para conter os danos económicos da pandemia do covid-19, acordando a aposta em ativos considerados resistentes à inflação, um cenário em que as expectativas das criptomoedas ganharam ampla aceitação.
Os investidores em bitcoins, incluindo alguns dos principais fundos mútuos e gestores de activos do mundo, acreditam que o preço da moeda virtual poderia aumentar cinco vezes e chegar aos 100 mil dólares num ano, segundo apurou a ‘Reuters’.
A bitcoin baseia-se nos chamados computadores de “mineração”, que processam blocos de transações numa competição para resolver quebra-cabeças matemáticos a cada 10 minutos. O primeiro a resolver o quebra-cabeça e esclarecer a transação é recompensado com bitcoins.
A sua tecnologia foi projectada para cortar a recompensa dos “mineiros” pela metade a cada quatro anos, uma medida que visa conter a inflação. Em maio, a bitcoin passou por um terceiro “corte”, que reduziu a taxa de criação de novas moedas, restringindo a oferta. Essa redução pela metade deu início à nova escalada da moeda digital.
O chamado “índice baleia”, que rastreia contas ou carteiras com pelo menos 1 000 bitcoins, está um ponto mais alto, segundo declarações de Phil Bonello, director de pesquisa da gestora de activos digitais Grayscale, à ‘Reuters’. Bonello afirmou que mais de 2 200 contas estavam vinculadas a grandes detentores de bitcoins, um aumento de 37% em relação às 1 600 registadas em 2018, sugerindo que o dinheiro de instituições financeiras invadiu o mercado de criptomoedas.
Investidores como Stanley Druckenmiller, fundador do fundo Duquesne Capital, e Rick Rieder, director de investimentos globais de renda fixa da BlackRock, recentemente elogiaram a bitcoin. O que chamou muitas atenções.
Os investidores de retalho continuam a representar um número marginal devido ao efeito da pandemia na economia. Mas com a recente entrada da Square e da PayPal neste universo, o analista chefe da Stack Funds, um provedor de índices de fundos criptográficos, Lennard Neo, espera que a procura seja mais forte do que em 2017. Neo prevê que a moeda atingirá entre 60 mil e 80 mil dólares até o final de 2021.