Há três anos que o porto de Quelimane, na província da Zambézia, não recebe embarcações de grande porte devido ao assoreamento do seu canal de acesso, bacia de manobras e cais de acostagem. A Empresa Moçambicana de Dragagens (EMODRAGA) aguarda o aval da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), gestora do porto, para iniciar a retirada dos sedimentos e detritos.
Avaliadas em cerca de um 1, 5 milhões de dólares , as intervenções de manutenção estavam previstas para Fevereiro do ano passado, o que não aconteceu devido à eclosão e propagação da pandemia do novo coronavírus. No entanto, espera-se que os trabalhos sejam realizados em Janeiro do próximo ano.
Segundo o Semanário Domingo, a inoperacionalização do porto de Quelimane foi influenciada pela interdição de corte e transporte de madeira, principal carga que o porto manuseava no âmbito da exportação desta carga para a Ásia.
Aliás, após a falta de adesão ao porto pelos operadores de madeira, os CFM deixaram de se importar por este terminal por se tratar de um porto que somente serve para a província da Zambézia. Consta que o tráfego marítimo tem sido desviado deste porto para o da Beira.
Aquele porto registou um fluxo de navios de grande porte quando, no passado, existia um ramal ferroviário de cerca de 90 quilómetros que era usado para o transporte de mercadoria pela província adentro.
Entretanto, a empresa CFM recebeu, na semana passada, a proposta de uma empresa multinacional que se mostrou interessada em operar os portos de Quelimane, na Zambézia, e de Vilanculos, em Inhambane, cujos detalhes não nos foram revelados, mas a nossa Reportagem garantiu que a dragagem foi feita na perspectiva de se entregar as instalações do porto de Quelimane a esta empresa em perfeitas condições.