A vacina tem sido apresentada em alguns casos como a solução para todos os problemas provocados pela pandemia de COVID-19. No entanto, se é verdade que representa um avanço crucial em termos de saúde, também é verdade que poderá não ser assim tão eficaz no plano económico. Pelo menos, a curto prazo.
Mesmo com uma vacina aprovada e pronta a ser distribuída por todo o Mundo, a economia ainda deverá demorar a recuperar, sublinha a Fast Company. Os efeitos no mercado não serão imediatos e eis porquê:
1 – Há ainda muitas questões sobre o lado logístico da vacina
Para que a vacina desenvolvida pela Pfizer – aquela que parece mais promissora neste momento – seja eficaz, tem de ser armazenada em condições muitos específicas, o que poderá complicar o processo de distribuição. Outras vacinas de outras farmacêuticas apresentam requisitos semelhantes, dificultando e atrasando a entrega massificada;
2 – A eficácia das vacinas ainda é desconhecida
Os testes realizados até agora são optimistas, mas não se sabe ao certo qual será a eficácia das vacinas em desenvolvimento quando forem dadas a milhões de pessoas. Ainda restam dúvidas também sobre se conseguem prevenir a infecção ou apenas os sintomas da COVID-19 e, ainda, sobre a duração da imunidade, entre outros;
3 – A imunidade de grupo pode demorar mais de um ano
Vacinar pessoas suficientes para garantir a chamada imunidade de grupo pode demorar pelo menos um ano. Os grupos de risco deverão ser a prioridade para 2021, ficando ainda milhões de pessoas por vacinar;
4 – Os danos à economia são estruturais
O impacto da pandemia na economia não é a curto prazo, pelo que também a recuperação não poderá ser a curto prazo. A COVID-19 abalou a economia de forma a provocar danos estruturais, que envolvem, por exemplo, ondas de despedimentos e o aumento da população desempregada;
5 – As pessoas podem parar de gastar
Por fim, a Fast Company aponta para o desafio do consumo. Com o número de casos confirmados a aumentar de dia para dia e sem sinais de abrandamento, os consumidores poderão manter-se cautelosos e reduzir os seus gastos.