A Comissão Europeia tem estado de olho nas tecnológicas norte-americanas e isso não deverá mudar com a chegada de Joe Biden à Casa Branca. Segundo a CNN, embora o presidente eleito tenha deixado claro que quer reiniciar do zero as relações entre os EUA e os seus principais aliados, incluindo no Velho Continente, questões complexas como os impostos que as empresas norte-americanas devem ou não pagar deverão permanecer sem acordo.
Três dias depois de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ter dado os parabéns a Joe Biden pela vitória nas eleições frente a Donald Trump, foram anunciadas novas acusações formais contra a Amazon. A UE acusa a empresa de Jeff Bezos de abusar da sua posição dominante no mercado do comércio electrónico.
«O anúncio sobre a Amazon mostra o desejo de manter a pressão relativamente à concorrência sobre as tecnológicas dos EUA», comenta Emre Peker, do Eurasia Group. Já Elke Asen, analista do Center for Global Tax Policy da Tax Foundation, sublinha como seria «bastante interessante que, de repente, o governo dos EUA dissesse ‘Sim, podem ficar com parte dos nossos impostos”».
O problema dos impostos de empresas como a Google ou Facebook já é antigo, lembra a CNN, pelo que não deverá ficar resolvido com uma nova administração. Historicamente, indica ainda a mesma publicação, as empresas são obrigadas a pagar impostos apenas nos países onde registam os respectivos lucros. Porém, a UE considera que também devem pagar impostos nos países onde disponibilizam serviços digitais, ou seja, onde também ganham dinheiro.
«A administração de Biden irá, potencialmente, ser tão preocupada com os impostos que parecem ter como alvo as empresas norte-americanas como a administração de Trump», vaticina Brian Jenn, antigo responsável do Departamento do Tesouro dos EUA.