A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) alcançou uma melhoria de 200% no exercício financeiro que terminou em 30 de Junho face ao ano anterior, anunciou a empresa.
A ENH fechou o exercício com um resultado líquido positivo de 1 551 milhões de meticais, graças a dividendos recebidos e apesar de ter registado um resultado operacional negativo.
Em 30 de Junho de 2019, o exercício financeiro tinha fechado com um resultado líquido positivo de 515 milhões de meticais.
“Este comportamento deveu-se ao contributo dos resultados financeiros que tiveram uma melhoria de 79% face ao exercício anterior e foram consequência, fundamentalmente, do acréscimo de recebimento de dividendos das empresas subsidiárias”, lê-se na mensagem do presidente do conselho de administração, Estevão Pale, que acompanha o relatório e contas.
A mensagem e um resumo do relatório foram publicados no jornal Notícias de terça-feira e o documento completo disponibilizado no portal da empresa na Internet foi hoje consultado pela Lusa.
Este foi o primeiro relatório sob gestão de Pale, que assumiu a liderança da ENH em Janeiro, substituindo no cargo Omar Mithá.
Apesar desta situação, durante o presente período foram pagos dividendos ao acionista Estado no valor de 206 milhões de meticais relativamente aos resultados apurados no ano fiscal 2018-2019
“Apesar do acréscimo de 29,5% observado nas vendas, o resultado operacional da empresa foi negativo, tendo-se situado em -1 372 milhões de meticais, 18,1% abaixo do resultado operacional, também negativo, observado no exercício anterior”, refere.
Segundo o documento, “apesar desta situação, durante o presente período foram pagos dividendos ao acionista Estado no valor de 206 milhões de meticais relativamente aos resultados apurados no ano fiscal 2018-2019”.
A participação da ENH nos projectos de gás natural do Rovuma “exigiram diversos recursos humanos, materiais e financeiros internos e financiamento pelos parceiros dos projectos, tendo em vista o cumprimento das suas obrigações”, lê-se no documento.
“Apraz-nos referir que, não obstante os vários desafios enfrentados durante o período, estes projetos não foram afetados”, acrescentou a empresa, numa alusão aos impactos do covid-19.
A extracção de gás da bacia do Rovuma, ao largo da província de Cabo Delgado, está prevista para 2022 com o arranque da exploração das reservas Coral pela Eni e Exxon Mobil, seguindo-se em 2024 o início do projecto liderado pela francesa Total – o maior investimento privado em África da ordem dos 25 mil milhões de dólares.
Agência Lusa