As empresas produtoras de cimento em Moçambique registaram no segundo trimestre do ano em curso uma redução de receitas na ordem de 6,1%, face a igual período de 2019.
Segundo o presidente da Associação de Empresas Produtoras de Cimento, Edney Vieira, a queda de receitas reflecte os efeitos do novo coronavírus que obrigou a uma redução da massa laboral.
Edney Vieira, que é também director geral da Cimentos de Moçambique, o cenário resulta também dos ataques no Centro e Norte do país que geram insegurança na movimentação de mercadoria das fábricas.
A título de exemplo, a empresa Cimentos de Moçambique perdeu este ano, numa das incursões da junta militar da Renamo, um camião de longo curso que transportava carga para abastecer a zona Norte.
“O camião foi totalmente destruído na zona de Save e tivemos de arcar com os prejuízos. Por causa disso, a empresa logística que trabalha connosco na distribuição desistiu de enviar os camiões à zona Norte”.
Para fazer face a este cenário, a Cimentos de Moçambique optou por usar o navio de carga que transporta mercadorias para o Centro e Norte do país e vice- -versa, mas este meio, segundo Edney Vieira, tem-se mostrado oneroso para empresas que movimentam grandes cargas. Além disso, de acordo com o entrevistado, o barco tem capacidade limitada de carga.
“Só para perceber, os gestores do navio cobram cerca de 15 dólares por tonelada e, convertendo este valor para a moeda nacional, estará aproximadamente 20% mais caro dependendo do câmbio do dia, o que vai encarecendo o produto para o consumidor final. Repara que para o nosso caso tinham nos cobrado mais que isso”.