As restrições às condições do mercado segurador global durante o ano de 2019 conduziram a uma maior utilização de cativas, seguradoras detidas pelos segurados – como empresas – com um acentuado crescimento no volume de prémios em várias linhas de cobertura, aponta o estudo “2020 Captive Landscape Report: Captives Offer Value in Uncertain Times”, cujas conclusões a Marsh Portugal acaba de divulgar.
De acordo com a gestão de cativas da Marsh, em 2019, os prémios de cadeia de fornecimento, interrupção de negócio e da cobertura contingente de interrupção de negócio cresceram, em média, 283%. Os prémios de multirrisco de danos patrimoniais aumentaram, em média, 64%, induzidos pelos sectores energético e instituições financeiras que viram os seus prémios all-risks de danos patrimoniais aumentar 151% e 104%, respectivamente, detalha a companhia de consultoria de risco e corretagem de seguros.
“A Marsh registou 76 novas empresas de seguros de cativas desde Janeiro até Julho deste ano, 200% acima do valor de 2019 para o período homólogo”, refere Ellen Charnley, presidente da Marsh Captive Solutions, citada em comunicado. “Embora nenhuma das novas cativas formadas tenha, até à data, cobertura de perdas relativas a uma pandemia, muitas organizações estão a utilizar as suas cativas para as ajudar a navegar através da pandemia global de covid-19.”
A tendência para o grande aproveitamento de cativas continuou na primeira metade de 2020, no meio de crescentes e desafiantes condições do mercado segurador e do impacto global da pandemia de Covid-1
“A flexibilidade financeira é uma das vantagem chave em ter cativas e, desde Março de 2020, a Marsh conseguiu ajudar gestores a libertar 3 mil milhões de dólares das suas cativas para serem utilizados como recurso de liquidez a curto prazo, como é o caso dos empréstimos entre empresas, que conseguiram ajudar a dar resposta aos desafios de cash-flow causados pela pandemia”, conclui.
A companhia de seguros cativa constitui-se como ferramenta alternativa de risco preferida por empresas que pretendem manter um controlo dos seus riscos. As cativas são companhias de seguradoras e resseguradoras criadas para subscrever unicamente os seus próprios riscos. Actualmente existem variantes ao mercado tradicional de cativas que incluem o aluguer de cativas ou “células” (protected cell company).
A tendência para o grande aproveitamento de cativas continuou na primeira metade de 2020, no meio de crescentes e desafiantes condições do mercado segurador e do impacto global da pandemia de Covid-19, refere ainda o comunicado da Marsh Portugal.
Segundo explica a subsidiária da Marsh no Brasil, as seguradoras cativas “são uma fonte de grandes oportunidades, pois permitem não apenas a gestão dos riscos de forma muito mais eficiente, reduzindo o Custo Total do Risco (TCOR), mas também acelerar os objectivos de negócios: proporcionam segurança financeira às suas operações, mitigam a volatilidade de seu fluxo de caixa e facilitam o acesso ao capital”.
Os usos que podem ser dados às cativas são múltiplos: desde os programas tradicionais de riscos e responsabilidade civil até programas não convencionais como: Seguro de Crédito, Terrorismo, Risco Cibernético, Garantias Estendidas ou Cobertura de Benefícios.