O Presidente da Associação Algodoeira de Moçambique, Francisco Ferreira dos Santos, disse, esta terça-feira, que o subsídio de 240 milhões de Meticais ao preço de algodão-caroço já está a beneficiar os agricultores do subsector. “Os desembolsos do Estado têm vindo a decorrer conforme planeado, de uma forma gradual, à medida que avança o processo de comercialização. Ainda na semana passada, o subsector teve uma reunião [presidida pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia], onde se constatou este facto”, disse Dos Santos, em correspondências electrónicas citado pela Cartamoz.
Sobre como o processo decorre, o Presidente da AAM explicou que o subsídio tem sido entregue na íntegra aos produtores, sem qualquer perda ou desperdício. Ou seja, 100% do subsídio é para o agricultor. Sublinhou que o impacto no seio dos agricultores e das suas famílias tem sido extraordinário.
“Apesar de ter sido um ano muito difícil para todas as culturas (pela falta de chuvas no mês de Março), a perda económica foi minorada, os produtores estão muito motivados e antevemos um grande crescimento de produção para o próximo ano. Já começamos com a distribuição de semente, com enorme adesão. Pelos motivos meteorológicos referidos, penso que vamos terminar as compras cerca de 20% abaixo das estimativas”, disse.
Na presente campanha, 2020/21, haverá ainda mais produtores, motivados e a produzir mais algodão, prevendo-se, por essa via, um aumento no valor das exportações em pelo menos 12 milhões de dólares
Sem esse subsídio, o preço de algodão, por quilograma, situar-se-ia entre 18 a 19 Meticais (contra os actuais 25 Meticais) muito abaixo dos 23 Meticais praticados na época agrícola passada. A queda do preço dever-se-ia à depreciação do valor do produto no mercado internacional, por efeitos do Covid-19.
Lembre-se, em reacção ao anúncio do subsídio, pelo Ministro Celso Correia, a 12 de Maio último, em representação da AAM, Dos Santos veio a público aplaudir o auxílio, por ser “um marco histórico na política agrária e económica nacional e um sinal real e indiscutível da aposta séria do Governo na agricultura e na população rural. Não é um subsídio ao consumo, é sim um subsídio à produção e às famílias produtoras”.
Com o subsídio, a AAM sublinhou ainda que, na presente campanha, 2020/21, haverá ainda mais produtores, motivados e a produzir mais algodão, prevendo-se, por essa via, um aumento no valor das exportações em pelo menos 12 milhões de dólares (mais de três vezes o valor do subsídio).
Dados do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural indicam que o subsector do algodão gera entre 30 a 40 milhões de dólares por ano, contando com mais de 200 mil produtores em todo o país e beneficia a mais de um milhão de pessoas na zona rural.