O metal precioso tem vindo a galgar sucessivas fasquias e a marcar novos recordes diários. O dólar fraco, os receios de inflação e os baixos juros da dívida são alguns dos motores do “rally”.
O metal amarelo tem brilhado mais do que nunca, numa altura em que os investidores procuram um refúgio para os seus activos, num contexto de maior risco no plano económico e geopolítico.
Esta Semana, o ouro continua a disparar nos mercados, tentando atingir e superar o patamar dos 2 000 dólares por onça, território que nunca tina pisado.
Apesar de ser um activo no mercado financeiro há décadas, o ouro dificilmente perde seu poder de capital. Trata-se de um dos poucos investimentos onde não há alterações quanto ao seu poder de barganha. Por ser visto sempre de forma valiosa, o ouro vira um investimento estável em períodos de crise.
Enquanto os demais activos seguem instáveis, as aplicações do ouro são vistas como um porto seguro para seus investidores. Não importa qual o cenário mundial, ele permanece sendo vendo como um bem limitado e valioso. Dessa forma, quanto maior for a crise económica e mais caótico estiver o mercado de investimentos, mais valorizado ele ficará.
Demais crises que impulsionaram o ouro
Em 2008, por exemplo, quando o mercado americano vivenciou um período grave de crise, a cotação do ouro cresceu em aproximadamente 32,13%. Na época, foi o investimento com o maior retorno financeiro para os brasileiros.
Agora, depois de 12 anos, acredita-se que a situação possa se repetir. No último dia 4, a cotação do ouro chegou a US$ 2 021,00 a onça troy (medida internacional de negociação que equivale a 31,1035 gramas) – a máxima histórica deste activo.
Redução do dólar impacta positivamente
Com o dólar desvalorizado, o ouro torna-se a segunda opção mais procurada pelos investidores. Actualmente, a moeda americana é responsável por 80% de todas as transacções mundiais.
Entretanto, vivenciando um período de baixa consecutiva, ela abre espaço para as aplicações em outros sectores, fazendo com que o ouro seja impulsionado.
Até o fim do ano, analistas financeiros acreditam que esse cenário deverá ser mantido, tendo em vista a permanência da pandemia do novo coronavírus nas maiores potências globais. Somente mediante a estabilização dos activos é que o dólar deve recompor seu lugar de destaque entre os accionistas.