A longa espera para o mundo, os PALOP, e os moçambicanos em particular, testemunhar a estreia do filme “Resgate” – o primeiro produzido e representado genuinamente por falantes da língua portuguesa que foi comprado pela gigante do streaming, Netflix – vai ter o seu fim hoje, como já tinha sido anunciado.
O filme rodado em Moçambique teve que ser dobrado para a língua inglesa e o próprio título traduzido para “Redemption” de modo a que tivesse maior alcance em países não habituados em assistir a filmes legendados. Mais ainda, o filme que vai ser visto em 190 países tem legenda disponível em várias línguas. Estes foram os motivos que levaram o adiamento do da estreia do filme a 1 de Julho.
“Estamos a levar o ‘Resgate’ para a plataforma Netflix, mas estamos a levar Moçambique para o mundo”, afirmou o realizador e argumentista do filme, Mickey Fonseca que o produziu em parceria com Pipas Forjaz, também da Mahla Filmes, responsável pela direcção de fotografia e pela edição.
Para o realizador esta oportunidade vai também servir para as autoridades moçambicanas adoptarem uma postura mais acolhedora para as artes. Mas esta aqui também uma porta que se abre para os cineastas africanos
O filme venceu as categorias de melhor argumento e de ‘design’ de produção nos Prémios da Academia de Cinema Africano, em 2019. “Resgate” conquistou ainda o Prémio de Cinema Corajoso do austríaco Film Fest Zell.
O filme estreou-se em sala, em Julho do ano passado, em Maputo e Matola, e foi, segundo a produtora Mahla Filmes, “desde logo recebido com muito carinho pelo público, que esgotou as salas de cinema mais do que uma vez”.
“Resgate” foi ainda exibido nas cidades de Nampula, Tete e Chimoio, e, em Portugal, passou por Lisboa e por Gondomar, no distrito do Porto.
O filme foi rodado em Moçambique, entre 2017 e 2018, com a edição de cor a ser feita em Portugal e, a de som, na África do Sul.