O futuro da internet pode vir a ser dominado pelos chineses caso os países ocidentais não intervenham, conclui um relatório do Comité de Relações Internacionais do Senado norte-americano.
Um relatório divulgado esta terça-feira por Robert Menendez, o principal democrata no Comité de Relações Internacionais do Senado norte-americano, sugere que, se os Estados Unidos e os seus aliados não contrariem os esforços de Pequim na vigilância em massa e censura, a China vai dominar o futuro da internet.
Os receios com os riscos de privacidade e segurança da tecnologia chinesa são cada vez mais uma realidade. O Governo norte-americano está a ponderar, por exemplo, colocar a aplicação chinesa TikTok numa lista negra que tem como objectivo impedir os norte-americanos de a usarem e, assim, a China de obter os dados pessoais através da app.
Na segunda-feira, a Câmara dos Representantes votou para impedir que funcionários federais fizessem download do TikTok nos seus dispositivos móveis.
Plataformas de redes sociais americanas como Google, Twitter e Facebook são proibidas na China.
“Os Estados Unidos estão agora à beira de perder o futuro do domínio cibernético para a China”, lê-se no relatório citado pelo The Washington Post. “Se a China continuar a aperfeiçoar as ferramentas do autoritarismo digital e for capaz de implementá-las efectivamente no mercado interno e no exterior, a China, não os Estados Unidos e os seus aliados, moldará o ambiente digital”.
A China tem apostado fortemente em tecnologias que apoiam o autoritarismo, como por exemplo software de reconhecimento facial e de vídeo-vigilância, realça o relatório.
Amostras da ADN, impressões digitais, amostras de voz e tipos sanguíneos são dados tidos em conta na vigilância digital chinesa. Estas são armas que o Governo chinês usa para, por exemplo, perseguir a minoria de Uigures no seu território.
Os defensores de direitos humanos que estudam o uso chinês de tecnologias digitais para controlar os seus cidadãos há muito argumentam que os países ocidentais precisam de agir rapidamente contra o Governo chinês, escreve o Post.