O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou quarta-feira a assinatura do financiamento para o projecto liderado pela Total de exploração de gás na bacia do Rovuma no norte de Moçambique, considerando que abre “uma nova era” no país.
“A assinatura do financiamento da Área 1 de GNL [gás natural liquefeito] de Moçambique anuncia uma nova era de industrialização para o país e para o resto da região”, referiu em comunicado o director do Departamento de Desenvolvimento Industrial e Comercial do BAD, Abdu Mukhtar.
O projecto é o maior investimento privado em curso em África, no valor de 20 mil milhões de dólares.
“Os custos do projecto serão financiados através de uma combinação de capitais próprios e empréstimos”, referiu o BAD.
Os empréstimos que o consórcio da Área 1 tem estado a assinar nas últimas semanas com todos os financiadores perfazem 16 mil milhões de dólares e o BAD contribui com 400 mil dólares.
O investimento do BAD na Área 1 representa o maior investimento do banco no financiamento de projectos em África
Participam na operação diversas agências de crédito à exportação, como o norte-americano US-EXIM, o banco japonês JBIC, o britânico UKEF, o Thai EXIM da Tailândia, o NEXI do Japão, SACE da Itália, o sul-africano ECIC, o Atradius dos Países Baixos e bancos comerciais, detalha o BAD.
“O investimento do BAD na Área 1 representa o maior investimento do banco no financiamento de projectos em África”, acrescenta.
O director-geral da Total em Moçambique, Ronan Bescond, classificou há um mês como “um feito memorável” conseguir fechar, na conjuntura actual, o projecto financeiro.
A petrolífera francesa mantém o ano de 2024 como prazo previsto para a primeira entrega de GNL, esperando-se atingir a plena produção (13,12 milhões de toneladas/ano) em 2025.
O consórcio tem contratos de venda fechados sobretudo para mercados asiáticos (China, Japão, Índia, Tailândia e Indonésia), mas também europeus, através da Electricidade de França, da Shell e da britânica Cêntrica.
A Total lidera o consórcio da Área 1 com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo outras participações à indiana ONGC Videsh (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).
Agência Lusa