Os swaps são produtos financeiros derivados que envolvem uma troca de cash-flows. Os swaps de taxa de juro ou IRS (do Inglês Interest Rate Swap) são os mais mediáticos, apesar do peso dos swaps cambiais ser também relevante.
Os swaps de taxa de juro envolvem sempre a permuta entre duas entidades, por exemplo, um banco e uma empresa, de fluxos financeiros de juros. Uma das partes paga à outra uma taxa fixa, previamente acordada, e a outra parte paga uma taxa variável, por exemplo Euribor, à qual poderá ser adicionado um spread.
O ganho ou perda é definido pelo diferencial entre a taxa fixa e a variável. Por exemplo, se a taxa variável subir, a empresa terá ganhos nos swaps, já que está a pagar uma taxa fixa e a receber a Euribor, que, entretanto, cresceu.
Que tipos de Swaps existem?
Existem alguns tipos de swaps, sendo que os mais comuns são os de taxa de juro e os cambiais. Há ainda swaps de índices e acções. Os swaps de taxa de juro caracterizam-se por uma troca de pagamentos de taxa fixa por taxa variável entre os dois intervenientes. Já os swaps cambiais pressupõem uma troca de cash-flows em moedas distintas. Por sua vez, “os swaps sobre índices ou acções consistem na permuta de rentabilidade de um índice, de um cabaz de acções ou de uma acção isolada e de uma taxa de juro fixa ou variável”, explica o livro do director da sala de mercados do Montepio.
Forwards
Tal como os swaps, os forwards são também instrumentos derivados de cobertura de risco. Possuem contornos diferentes dos swaps na forma como os fluxos são trocados. Enquanto num swap as duas partes trocam fluxos (de sinal inverso) bilateralmente em dois ou mais momentos da vida do swap, num forward ocorre apenas um fluxo – no vencimento – que é previamente acordado na data da contratação para uma data futura. Por exemplo, os forwards de taxa de juro são conhecidos por FRA (forward rate agreement) e consistem na fixação futura de uma taxa de juro (Euribor 3 meses, por exemplo) para vigorar nos três meses subsequentes a esse momento futuro. Os forwards cambiais são mais simples, pois no momento da sua contratação é logo fixada a taxa de câmbio para a transacção de troca de divisas futura.
Quais os riscos?
Os swaps são, na sua origem, instrumentos financeiros de cobertura de risco. Ainda assim, é preciso ter noção dos riscos em que se incorre, pois deverá ser avaliada a capacidade das contrapartes em honrarem os compromissos assumidos no presente para as datas futuras de vencimento dos contractos (risco de crédito). Quando se usa este produto para cobertura de risco, o factor preço de mercado esbate-se na cobertura da operação. No entanto, se utlizados isoladamente para especulação, podem tornar-se onerosos e gerar perdas avultadas.
Swaps para particulares
Os swaps são essencialmente produtos para as empresas. No entanto, estes contratos também são celebrados por particulares, por exemplo nos créditos à habitação. A grande maioria dos contratos de crédito à habitação celebrados em Portugal, por exemplo, está indexada à taxa variável, Euribor. O que significa que a revisão da prestação é efectuada consoante o prazo da taxa. Por um exemplo, um cliente com um contrato indexado à Euribor a seis meses vê as suas prestações revistas semestralmente. Já os contratos indexados a taxa fixa têm uma taxa swap associada. Ou seja, o valor da prestação vai resultar de uma taxa swap, por exemplo a cinco anos, adicionada de um spread. Neste caso, a prestação do empréstimo à habitação não se altera durante os cinco anos. Se a taxa fixa for mais baixa que as taxas variáveis, o cliente está a beneficiar.
