Autoridades moçambicanas apreenderam hoje 50 contentores de madeira numa empresa chinesa por suspeitas de exportação ilegal no distrito de Dondo, na província de Sofala, no centro do país.
“Estamos perante um crime, tendo em conta que existe um decreto que interdita a exportação de madeira em touro no país”, disse Ermelinda Xavier, directora de Agricultura em Sofala, em declarações à imprensa.
A madeira foi encontrada nas instalações da empresa chinesa Afanti Trading, no distrito de Dondo, durante uma acção de fiscalização da Direcção de Floresta e Fauna Bravia, do Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural, e as autoridades suspeitam que tinha a Ásia como seu destino final.
A madeira é proveniente de florestas de três províncias do centro de Moçambique (Tete, Sofala e Manica), de onde as autoridades suspeitam que tenham sido abatidos, pelo menos, 700 metros cúbicos.
A empresa proprietária foi multada em 500 mil meticais e a madeira será revertida a favor do Estado moçambicano
“[Agora temos o desafio]de saber como é que a madeira chegou até aqui, tendo em conta que há vários postos de fiscalização”, observou a directora.
A empresa proprietária foi multada em 500 mil meticais e a madeira será revertida a favor do Estado moçambicano.
Vários relatórios nacionais e internacionais têm indicado que Moçambique está a ser palco de crimes ambientais, principalmente o corte ilegal de árvores, alertando para as consequências dos altos níveis de desflorestação.
Como forma de diminuir a pressão sobre os recursos florestais, algumas medidas restritivas foram aplicadas nos últimos cinco anos para inverter o cenário.
Em 2018, o Governo moçambicano emitiu novas regras para a exploração e exportação de madeira, para travar o abate desenfreado de espécies nativas.
Em Abril deste ano, o Governo moçambicano anunciou a suspensão da emissão de licença para exploração de madeira por dois anos, como forma de diminuir a pressão sobre as florestas do país.
Dados oficiais indicam que Moçambique perde anualmente, pelo menos, 140 milhões de euros devido ao contrabando de madeira.
Agência Lusa