A Operação Pública de Venda de 4% do capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) por parte da Bolsa de Valores de Moçambique recebeu uma distinção internacional da revista “The Banker”, do grupo Financial Times.
O prémio, denominado “Deal of the Year 2020 – Equity Winner África”, foi atribuído em reconhecimento do “sucesso alcançado na OPV” efectuada pela Bolsa de Valores de Moçambique, numa operação liderada por um consórcio constituído pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e Banco BIG.
“Não só o tamanho da transacção representou um desafio, mas também o facto de se tratar de numa economia em que uma grande quantidade da população ainda não é bancarizada. Alcançar o investidor comum foi o grande obstáculo”, refere a The Banker que acrescenta que a operação acaba por ser “um marco para o país, que nunca antes havia testemunhado uma OPV desta escala, tendo o número de investidores registados na Bolsa de Valores de Moçambique quase triplicado, ao passar de menos de 8 000 para aproximadamente 23 000 após a transacção”, acrescenta a nota.
A OPV de 7,5 % do capital da HCB foi lançada em Julho de 2019 pela empresa, através da Bolsa de Valores de Moçambique, e é considerada assim, a maior transacção já registada na história do mercado de capitais moçambicano.
Na sessão de apresentação dos resultados, Salim Valá, PCA da BVM, abordava, então, “a dimensão nacional da operação” e revelava alguns dos números de uma operação que envolveu “mais de 16 mil moçambicanos numa mega-operação que mexeu com todo o país”, disse, explicando que a iniciativa “se inseriu no esforço comum de promover a inclusão financeira dos moçambicanos”.
Já em Março deste ano, a DealMakers África, uma plataforma que analisa o mercado empresarial africano, havia distinguido a Hidroeléctrica de Cahora Bassa pela operação da Oferta Pública de Venda (OPV) de acções, considerando-a um incentivo para a “inclusão económica dos moçambicanos”.
O Estado moçambicano detém 85% das ações da HCB, 7,5% pertencem à Redes Energéticas Nacionais (REN), empresa de transporte de energia de Portugal, enquanto que os outros 7,5% são acções disponibilizadas nesta OPV.