A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou esta sexta-feira uma coligação de países, organizações e empresas empenhadas em assegurar vacinas, testes de diagnóstico para a covid-19 acessíveis rapidamente e em todo o mundo.
“A experiência do passado mostrou-nos que mesmo quando ferramentas destas estão disponíveis, não ficaram ao dispor de todos. Não podemos permitir que isto aconteça”, afirmou o director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, na apresentação do chamado “Acelerador ACT”.
França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Itália, União Africana, a fundação Gates, a Comissão Europeia e a União Africana são alguns dos parceiros desta iniciativa, que terá no dia 04 de Maio a primeira reunião de angariação de fundos.
“Esta é uma colaboração histórica para acelerar o desenvolvimento, produção e distribuição equitativa de vacinas, testes de diagnóstico e terapias para a covid-19”, frisou Ghebreyesus.
O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que a conjugação de vontades, que inclui os setores público e privado, é também “um tributo” a todos os investigadores que trabalham já em busca de uma vacina e uma cura e dos profissionais de saúde.
Macron afirmou acreditar que “não haverá divisões” entre países para tornar as vacinas acessíveis e que mesmo países como os Estados Unidos e a China se empenharão.
A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou o apoio do seu país a “todas as iniciativas políticas” que ajudem a juntar esforços para desenvolver vacinas e reunir todo o dinheiro necessário, frisando que é preciso “aumentar a capacidade de produção” para distribuir vacinas, testes e terapias por todo o mundo.
O chefe do governo de um dos países mais afectados pela covid-19, o espanhol Pedro Sanchez, afirmou o empenho do seu país em “evitar que aconteça em qualquer lado algo semelhante ao que aconteceu em Espanha”.
No documento de lançamento da iniciativa, frisa-se que “enquanto houver alguém em risco por causa do vírus, o mundo inteiro está em risco” e que “toda e qualquer pessoa no planeta precisa de ser protegida desta doença”.
Tedros Ghebreyesus afirmou que desde Janeiro passado que a OMS está a trabalhar com “milhares de investigadores em todo o mundo para acelerar e acompanhar o desenvolvimento de vacinas”, bem como testes de diagnóstico que já estão a ser usados globalmente.
Os países e organizações aderentes — da Europa, Ásia, África e América Latina — comprometem-se a criar “um nível de parceria sem precedentes” e a falar com “uma voz forte e unificada”.
“Não se trata de ter autoridade individual para tomar decisões, mas de resolver problemas em conjunto” para todos poderem beneficiar do conhecimento, refere-se ainda no documento divulgado ontem em Genebra pela agência das Nações Unidas para a saúde.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infectou mais de 2,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.