A petrolífera Eni anunciou hoje um prejuízo de 2,929 milhões de euros no primeiro trimestre, contra lucro de 1,902 milhões de euros em igual período de 2019, realçando tratar-se do exercício “mais complexo dos últimos 70 anos”.
O prejuízo registado nos três primeiros meses deste ano ficou a dever-se à pandemia da covid-19 e à queda abrupta dos preços do crude, justifica a petrolífera italiana em comunicado.
No primeiro trimestre, o resultado operacional situou-se nos 1,307 milhões de euros, uma quebra de 44% na comparação com os 2,354 milhões de euros contabilizados no mesmo período do ano passado.
Deste montante, 150 milhões devem-se à resposta à emergência criada pela pandemia da covid-19, que se iniciou em Dezembro na cidade chinesa de Wuhan e na Itália em 21 de Fevereiro deste ano.
A dívida líquida atingiu os 18,681 milhões de euros, mais 29% que os 14,496 milhões registados em idêntico período homólogo
A dívida líquida atingiu os 18,681 milhões de euros, mais 29% que os 14,496 milhões registados em idêntico período homólogo.
As receitas também desceram, situando-se em 13,873 milhões de euros, uma queda de 25% na comparação com o valor de 18,540 milhões contabilizado no final de Março do ano passado.
O presidente executivo da Eni, Claudio Descalzi, considerou que a economia mundial atravessa desde o passado mês de Março “o período mais complexo pelo menos nos últimos 70 anos” e que acontece sobretudo no sector da indústria energética.
Esta situação por que passa a indústria de extracção e de produção petrolífera tem a ver com a pandemia causada pelo novo coronavírus, que bloqueou as economias em todo o mundo e que levou à queda do preço do barril de petróleo.
“Todos prevemos um 2020 complicado, mas graças aos nossos pontos fortes esperamos recuperar rapidamente e seguir o caminho para um modelo de negócio cada vez mais rentável e sustentável traçado no último plano estratégico”, realçou o gestor.
De qualquer forma, a empresa espera uma recuperação gradual do consumo de petróleo, gás e electricidade a nível mundial a partir do segundo semestre deste ano.
Perante este cenário de “grande volatilidade” e de disrupção das economias mundiais, a Eni reviu seu Plano Industrial para 2020 e 2021 para “salvaguardar a solidez das suas contas”.
Entre outras medidas, vai reduzir a produção para 1,75 ou 1,80 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia, devido à menor procura de gás no mundo, resultante também da pandemia da covid-19.
Agência Lusa