Moçambique está entre os países africanos mais afetados pela restrição às viagens aplicada por todo o continente, contando menos 1,5 milhões de passageiros, segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, em inglês).
No caso de Moçambique, a IATA prevê menos 1,4 milhões de passageiros, resultando numa quebra de 130 milhões de dólares entre as receitas.
Da mesma forma, a suspensão de voos no país lusófono da África Oriental coloca em risco 126 400 postos de trabalho, assim como uma contribuição de 200 milhões de dólares para a economia moçambicana.
Já em Cabo Verde, outro dos países mais afectados segundo a IATA, a organização estima a perda de 2,2 milhões de passageiros, traduzindo-se em menos 200 milhões de dólares de receitas directas. A suspensão prolongada dos voos coloca em risco 46 700 empregos, assim como uma contribuição de 480 milhões de dólares.
No caso de Moçambique, a IATA prevê menos 1,4 milhões de passageiros, resultando numa quebra de 130 milhões de dólares entre as receitas.
Além dos dois países lusófonos, a lista integra ainda África do Sul, Nigéria, Etiópia, Quénia, Tanzânia, Maurícias, Gana e Senegal.
A África do Sul, a economia africana mais industrializada, deverá ter uma redução de 14,5 milhões de passageiros, estando-lhe associada a perda directa de 3,02 mil milhões de dólares.
A IATA prevê também a perda de 252 100 postos de trabalho e uma redução de 5,1 mil milhões de dólares no PIB sul-africano.
Para a Nigéria, país mais populoso do continente, a IATA prevê menos 4,7 milhões de passageiros, assumindo uma perda de receitas no valor de 990 milhões de dólares, assim como de 125 400 postos de trabalho e de uma contribuição de 890 milhões de dólares na economia nigeriana.
Segundo a IATA, a Etiópia é o país com mais postos de trabalho em risco, 500,500, sendo afectado em menos 430 milhões de dólares de receita e em perdas de 1,9 mil milhões de dólares no PIB.
“Para minimizar o impacto nos postos de trabalho e na economia africana, é vital que os Governos tomem medidas para apoiar a indústria”, salientou a IATA, que pediu “uma mistura de apoio financeiro directo, empréstimos e garantias e apoio ao mercado das obrigações e o alívio de impostos”.
A IATA notou que há várias reuniões previstas entre governos e membros do sector da aviação para “entender o que é necessário para reabrir as fronteiras” e para “alcançar soluções que possam ser operacionalizadas” de forma eficiente
Num comunicado emitido pela IATA, a associação estimou que as companhias aéreas africanas, perante as restrições impostas devido ao novo coronavírus, possam perder 6 000 milhões de dólares de receitas com passageiros face a 2019.
“São mais 2 000 milhões de dólares do que o esperado no início do mês”, referiu a IATA, apresentando estimativas para um cenário em que as restrições às viagens se prolonguem por três meses e que consagra um levantamento gradual das condicionantes.
A organização apontou que os despedimentos na aviação em África podem alcançar os 3,1 milhões, metade dos 6,2 milhões de postos de trabalho relacionados com o sector, ultrapassando a estimativa anterior, que apontava para dois milhões de empregos perdidos.
Da mesma forma, a IATA prevê que o tráfego aéreo anual registe uma quebra de 51% em relação a 2019, ao passo que o Produto Interno Bruto (PIB) da região deverá sofrer uma redução de 28 mil milhões de dólares face aos 56 mil milhões de dólares do ano anterior.
A IATA notou que há várias reuniões previstas entre governos e membros do sector da aviação para “entender o que é necessário para reabrir as fronteiras” e para “alcançar soluções que possam ser operacionalizadas” de forma eficiente.