Antes do surto epidemiológico do novo coronavírus ter provocado o levantamento de estados de emergência em todo mundo, as companhias aéreas tinham uma capacidade internacional média de operar em 5,9 milhões de aeroportos, mas agora há apenas meio milhão de lugares por semana para onde as companhias aéreas podem voar.
De acordo com a consultora OAG Aviation Worldwide, a pandemia da covid-19 eliminou 90% dos voos internacionais, uma consequência directa do fecho de fronteiras e da queda abrupta da procura de viagens.
“A capacidade internacional não pode cair muito mais em todo o mundo”, afirmou o analista da OAG John Grant, citado pela Bloomberg.
Por oposição, os voos domésticos ajudaram a conter a quebra em países como os Estados Unidos, Japão e Indonésia. Quase 9 em cada 10 lugares programados em todo o mundo para esta semana dizem respeito a voos domésticos.
Ao todo, a capacidade total para rotas internacionais e domésticas, segundo os dados citados pela Bloomberg, caiu para 29,8 milhões de assentos, uma queda de mais de 70% face ao mês de Janeiro. O recuo poderá ser, ainda maior, fixando-se abaixo dos 29 milhões de lugares até ao final do mês de Abril, já que são esperados mais cortes nas principais transportadoras aéreas.
John Grant acredita que “ninguém” poderia ter antecipado a necessidade de reduzir em quase três quartos a capacidade global em 14 semanas. Contudo, o analista indicou que o recuo da capacidade global para menos de 30 milhões de assentos, reflecte como a pandemia da covid-19 afectou o sector da aviação comercial.