À medida que a crise do novo coronavírus instala uma nova configuração mundial na forma de trabalhar, um novo estudo do National Bureau of Economic Research (organização sem fins lucrativos norte-americana voltada para pesquisa) revela que 37% dos empregos nos Estados Unidos, por exemplo, podem ser realizados em casa.
Segundo a organização, esses 37% representam 46% de todos os salários. Apesar de empregos com remunerações mais altas nos sectores de finanças e serviços profissionais poderem ser realizados em casa, essa tendência pode ser replicada para uma quantidade relativamente menor de ocupações com salários mais baixos nas áreas de varejo e agricultura ou até mesmo em hotéis e restaurantes.
De acordo com companhia de serviços financeiros Jefferies Group, 5% dos trabalhadores trabalham em casa, calculando que esse número venha a dobrar após a crise do coronavírus.
À medida que a pandemia atinge o mercado, fecha as escolas e prejudica a maioria dos aspectos da vida normal, as empresas começam a demitir os trabalhadores
Os analistas da organização dizem que isso terá efeitos profundos nos requisitos da tecnologia (com empresas a aumentar seus orçamentos para hardware e software), no comportamento do consumidor (visto que mais pessoas têm comprado online e o número de viagens corporativas tem diminuído) e no tempo de lazer (conforme menos trabalhadores se deslocam).
Segundo o estudo do NBER, as cinco principais áreas metropolitanas para trabalhar em casa nos Estados Unidos são San José e São Francisco, na Califórnia; Washington D.C.; região de Durham e Chapel Hill, na Carolina do Norte; e Austin, no Texas. Quase metade dos empregos nesses locais – em sectores como educação, ciência, finanças e seguros – poderia ser feito de casa.
Por outro lado, Grand Rapids, em Michigan; Lancaster, na Pensilvânia; Bakersfield e as áreas metropolitanas de Stockton, na Califórnia; bem como Fort Myers, na Flórida, são as piores regiões para trabalhar em casa. Menos de 30% dos empregos nesses locais – em sectores como transporte e armazenagem, construção e varejo – poderiam ser realizados remotamente.
Nas últimas três semanas, mais de 16,7 milhões de pessoas solicitaram subsídios temporários de desemprego, segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.
À medida que a pandemia atinge o mercado, fecha as escolas e prejudica a maioria dos aspectos da vida normal, as empresas começam a demitir os trabalhadores.
A pandemia de coronavírus pode custar 47 milhões de empregos nos EUA neste trimestre, segundo estimativas do Federal Reserve Bank de St. Louis. Isso significaria uma taxa de desemprego de 32,1%, bem acima do índice de 24,9% gerado durante a Grande Depressão.