A estreia do novo BMW i4 não decorreu no Salão Automóvel de Genebra, como inicialmente previsto, mas online, numa conferência de imprensa digital que a marca organizou para anunciar aquela que é uma das suas maiores apostas para o futuro próximo, um i apontado directamente ao domínio da Tesla no segmento do Model 3, o mais vendido da marca.
Uma das características mais marcantes do i4 é o som do automóvel. Como os eléctricos não produzem praticamente nenhum ruído, a sonoridade é uma parte fundamental da experiência de condução, e nos eléctricos ameaça tornar-se num dos grandes factores de concorrência entre as marcas.
Depois dos i3 e i8, a gama i da BMW vai ganhar um automóvel para competir directamente com a Tesla
A BMW implementou uma forte estratégia neste capítulo, recorrendo aos talentos de Hanz Zimmer, um dos mais prestigiados compositores, e autor de bandas sonoras de filmes como o Rei Leão, Gladiador, Interstellar ou Dunkirk. Foi nomeado 11 vezes para o Óscar e 14 aos Golden Globes.
Para a BMW, Zimmer procurou “unir o passado e o futuro da BMW. Esperamos que o som criado seja clássico, contudo surpreendente, que proporcione um sentimento de leveza adequado a esta marca”, disse o músico durante a apresentação. Assim sendo existem tons específicos apropriados a cada modo de condução, ou ‘Experience Modes’ já que todo o habitáculo se ajusta a cada vez que se opta entre ‘Core’, ‘Sport’ e ‘Efficient’. Mas o reportório alonga-se para lá destes momentos e começa logo pelo abrir das portas, que tem um som característico, ou pelo ligar do motor. A BMW diz que os sons de Zimmer marcam o início de um novo prazer de condução eléctrica.
O i4 agora apresentado só deverá chegar ao mercado no próximo ano, mas a marca de Munique quis, desde já, “criar apetite” entre os consumidores, tentando-os com 600 km de autonomia (norma WLTP) ou com um motor que debita 530 cavalos e chega aos 100 Km/h em menos de 4 segundos. Números que dificilmente deixam alguém indiferente.
Visualmente, o i4 parece ainda um pouco futurista, e é possível que a versão de estrada atenue um pouco esse lado, mas não será por muito até porque, no geral, segue as linhas mestras de design mais actuais da BMW. Nomeadamente a grande grelha de duplo rim à frente, que no caso dos motores a combustão serve para arrefecer o motor e aqui, sobretudo, para albergar todos os sensores frontais de ajuda à condução. É evidente também a preponderância dos pormenores em azul, como que para garantir que está-se efectivamente perante um modelo puramente eléctrico.
No habitáculo o destaque vai para um enorme ecrã curvo, que assume o papel de painel de instrumentos, sistema de infotainment e para eliminar alguns dos comandos físicos, como por exemplo a climatização, que passa a ser apenas táctil. O ecrã adapta-se também ao “Experience Mode” escolhido, tanto visualmente como no tipo de informação apresentada.
Baseado no modelo mais famoso da BMW, o série 3, os novos i4 trazem um legado muito importante para a mobilidade eléctrica, mas são por isso, também, olhados com exigência acrescida.