Avice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, considera que, caso seja necessário, os Estados-membros devem entrar no capital de empresas afectadas pela pandemia de Covid-19 para impedir que a China compre posições.
Vestager, responsável pela Concorrência, quer impedir que os chineses controlem setores essenciais na União Europeia (UE). Em Portugal, isso aconteceu com a EDP e com a REN.
Ao Financial Times, a vice-presidente disse que está a preparar propostas – entregues em junho – para que os países europeus ganhem poderes. “Todos são mais do que bem-vindos para fazer negócios na Europa, mas não o podem fazer através de uma concorrência injusta”, alertou.
“Não temos nenhum problema com os Estados a agirem como participantes do mercado se necessário (…) caso queiram prevenir uma aquisição deste tipo”, indicou, sublinhando que “é muito importante” que os países estejam “cientes” de que existe um “risco real” das empresas vulneráveis possam ser alvo de uma aquisição.
Em causa estarão empresas detidas ou ajudadas por Estados que não sejam da UE, que têm um poder financeiro que desequilibra a concorrência com as empresas europeias.
Em Outubro, entrará em vigor um mecanismo europeu de análise ao investimento direto estrangeiro na UE, visando facilitar a troca de informação entre os países para mitigar riscos potenciais para a segurança.