O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que a África subsaariana enfrente a primeira recessão dos últimos 25 anos, vendo o Produto Interno Bruto (PIB) cair 1,6% este ano devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
De acordo com as Perspectivas Económicas Mundiais, hoje divulgadas, esta região enfrentará uma quebra de 1,6% no PIB, recuperando depois em 2021 para um crescimento de 4,1%, após a expansão de 3,1% registada no ano passado.
“O crescimento na Nigéria e na África do Sul deve ser de -3,4% e 5,8%, respectivamente”, lê-se no documento, que acrescenta que “no seguimento do dramático declínio nos preços do petróleo desde o início do ano, as perspectivas de curto prazo para os países degradaram-se significativamente, com a média da queda dos países exportadores de petróleo a cifrar-se nos 4,4%”.
O relatório que aborda a economia mundial não detalha previsões por países na África subsaariana, reservando essa análise para o relatório sobre esta região, que será divulgado na quarta-feira ao princípio da manhã.
O FMI, que pela expressão da sua economista-chefe, Gita Gopinath, apelidou o actual momento de recolhimento devido à pandemia de covid-19 de “Grande Confinamento”, assinala que a quebra de 3% do PIB mundial é algo “muito pior” do que aconteceu na “Grande Recessão” de 2008 e 2009.
“É muito provável que este ano a economia mundial vá viver a sua pior recessão desde a Grande Depressão [de 1929], ultrapassando aquela vista durante a crise financeira global de há uma década”
“É muito provável que este ano a economia mundial vá viver a sua pior recessão desde a Grande Depressão [de 1929], ultrapassando aquela vista durante a crise financeira global de há uma década”, pode também ler-se na nota de entrada do relatório escrita por Gita Gopinath.
A recessão de 3% prevista pela instituição sediada em Washington tem como base um cenário que “assume que a pandemia desvanece na segunda metade de 2020 e que os esforços de contenção podem ser gradualmente relaxados”, de acordo com o relatório do FMI.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infectou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Agência Lusa