O corte no salário do Executivo da capital de Manica, centro de Moçambique, deve durar por três meses e vai financiar ações de prevenção. Número de infeções pelo novo coronavírus chega a 20 no país.
O autarca João Ferreira, oito vereadores e dois assessores do Conselho Autárquico de Chimoio vão doar, de forma voluntária, metade do salário até junho para a compra de bombas de pulverização, máscaras, luvas e cloro. A decisão foi anunciada esta sexta-feira (10.04).
“Vimos que há carência de alguns produtos para pulverização. De maneira nenhuma podemos parar” justificou João Ferreira em declarações à Lusa sobre a decisão do coletivo.
A cidade, encostada ao Zimbabué, e atravessada pelo principal corredor rodoviário que liga o porto da Beira, no oceano Índico, aos países africanos do interior – todos com casos positivos -, espera angariar com a iniciativa mais de 400 mil meticais (quase 5.500 euros) que serão canalizados para ações de prevenção da Covid-19.
“Devemos fazer com que o impacto negativo seja mínimo” caso a doença chegue à cidade, frisou João Ferreira.
O município de Chimoio iniciou na semana passada uma pulverização das principais entradas da cidade, abrangendo todas as viaturas, incluindo motas e bicicletas, além de submeter a lavagem de mãos todos os passageiros de transportes coletivos.
Dados das autoridades de saúde, em Manica, indicam que 1 200 pessoas, na sua maioria camionistas moçambicanos provenientes do Zimbabué e mineiros, da África do Sul, estão em quarentena domiciliar na província por prevenção.
Agência DW