O banco Goldman Sachs estimou esta quinta-feira que os fundos necessários para a África Subsaariana poderão aumentar 75 mil milhões de dólares devido à pandemia do novo coronavírus.
Possivelmente, o impacto mais severo da crise será nos já sobre-carregados saldos orçamentais”, referiram os economistas Dylan Smith e Andrew Matheny, do banco, numa nota citada pela Bloomberg.
A nota refere que “os défices orçamentais vão provavelmente aumentar numa média de cerca de 3,5%”, com alguns países a alcançarem os dois dígitos, “antes de qualquer alívio para suavizar os efeitos económicos da ‘corona-crise'”.
Contudo, os dois economistas assinalam que se medidas como cortes orçamentais estiverem incluídas, o défice financeiro poderá acabar por ser maior.
Gana, Moçambique e Senegal também poderão apresentar uma diminuição do seu produto interno bruto
A nota acrescenta que o encerramento das fronteiras para a contenção do novo coronavírus e a redução das receitas do turismo representam uma combinação suficiente para provocar a primeira recessão anual da região desde 1991.
A previsão é semelhante à do Banco Mundial, que durante o dia de ontem anunciou que estima uma quebra entre 2,1% e 5,1%.
A Goldman estima que as economias de Angola e Zâmbia possam ser as mais afectadas, com recessões na ordem dos 9% este ano.
Nos casos de África do Sul e Nigéria, duas das maiores economias do continente, as suas quebras deverão situar-se nos 6% e 4%, respectivamente.
Segundo a análise, Gana, Moçambique e Senegal também poderão apresentar uma diminuição do seu produto interno bruto.
O documento alerta que o aumento do défice orçamental poderá reduzir a capacidade de alguns governos assegurarem o serviço da dívida.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Agência Lusa