Lançada no passado dia 6 de Abril, a Quibi é a primeira plataforma de streaming exclusivamente focada nos smartphones. Os conteúdos produzidos não ultrapassarão, em média, os 10 minutos.
Inicialmente apresentada durante a feira tecnológica CES, em Las Vegas, a expectativa em torno da Quibi resultou não apenas do seu carácter inovador, mas sobretudo pelos seus financiadores principais serem dois ‘pesos-pesados’ do sector do entretenimento e da área tecnológica, nomeadamente, Jeffrey Katzenberg, ex-presidente da Disney e cofundador da Dreamworks (juntamente com Steven Spielberg) e Meg Whitman, que esteve anteriormente à frente da HP e da leiloeira online eBay.
Mas não só. Uma vez conhecida a intenção de desenvolver a ideia também a Sony Pictures, a Walt Disney Company, a Warner Bros, a MGM e outras grandes empresas do entretenimento investiram mais um bilião de dólares para tornar a Quibi uma realidade.
Durante o lançamento da Quibi, Meg Whitman afirmou que “tudo a que temos acesso hoje são filmes e programas desenvolvidos para outros ecrãs mas que são ‘achatados’ para caber nos smartphones”. A ideia, portanto, “foi criar um conteúdo com qualidade de cinema mas num formato adequado para poder ser consumido no ecrã de um smartphone”.
A plataforma vai ter também notícias e vários programas de entretenimento, e no primeiro ano vai disponibilizar online 175 programas num total de 8,5 mil “capítulos”
Por seu turno, Jeffrey Katzenberg referiu, na sessão de lançamento, que o outro factor diferenciador da Quibi – os seus conteúdos curtos – permite aos utilizadores consumirem filmes e documentários como se estivessem a ler um livro, capítulo a capítulo. Ou seja, tendo em atenção a forma como os smartphones são utilizados pelas pessoas, muitas vezes em situação de mobilidade, os conteúdos curtos podem ser consumidos de forma rápida e sequencial.
Embora o catálogo de filmes e documentários seja ainda curto, a Quibi já tem alguns realizadores de primeiro plano a desenvolver projectos específicos para a plataforma. Por exemplo, Steven Spielberg está a trabalhar em “After Dark”, um filme de terror, que será lançado em exclusivo na Quibi, e outros projectos por Guillermo del Toro, Reese Witherspoon, Darren Criss e Eva Longoria estão já em desenvolvimento.
Mas a Quibi não vai ter apenas filmes e documentários. A plataforma vai ter também notícias (acordos já foram feitos com a BBC e a NBC) e vários programas de entretenimento (de reality shows a programas de culinária). De acordo com Jeffrey Katzenberg, durante o primeiro ano, a Quibi irá disponibilizar online 175 programas num total de 8,5 mil “capítulos”.
A Quibi não será suportada apenas pela publicidade (Katzenberg e Whitman anunciaram que já foram firmados contratos no valor de 150 milhões de dólares) mas também através de um sistema de assinaturas, através do qual os utilizadores poderão escolher entre pagar 4,99 dólares por mês para ter acesso ao conteúdo com publicidade e 7,99 dólares mensais para ter acesso ao conteúdo sem a interferência de anunciantes.
Rui Trindade – Radar