OGoverno anunciou que apenas trabalhos essenciais serão realizados nas obras do mega-projecto para exploração de gás liderado pela Total no norte do país, após descoberta de novos casos de infecção pelo novo coronavírus no local.
“Na área do projecto, apenas actividades críticas continuam e isso será feito em coordenação com as autoridades locais”, declarou o director-geral do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, numa conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Maputo.
Dos sete novos casos ontem anunciados pelas autoridades, seis resultam de uma investigação sobre as ramificações de um caso de infecção pelo novo coronavírus, anunciado em 2 de Abril, descoberto em Afungi, Cabo Delgado, na área do projecto para a exploração de gás e liderado pela francesa Total.
As autoridades moçambicanas identificaram 66 pessoas que tiveram contacto com o primeiro caso de Afungi, dos quais 64 do meio profissional do indivíduo, mas ainda decorrem acções para a identificação dos contactos dos novos seis casos.
Na área do projecto, apenas actividades críticas continuam e isso será feito em coordenação com as autoridades locais
“Todos os contactos mapeados [do primeiro caso de Afungi] estão em quarentena, sendo que 35 estão no acampamento, 17 fora do acampamento [em Maputo, Nampula e Pemba], e 14 estão fora do país [na África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos da América], observou Ilesh Jani, acrescentando que para as pessoas fora do país foi notificada a Organização Mundial da Saúde.
“Continuaremos a fazer o rastreio aos contactos destes novos casos positivos e iniciar os trabalhos de testagem de toda a cadeia de contacto”, declarou Ilesh Jani.
A Total lidera o Projecto Mozambique LNG, o primeiro empreendimento de gás natural liquefeito em terra a explorar as reservas da bacia do Rovuma, no norte do país, arrancando em 2024 com dois módulos de liquefação com uma capacidade nominal de 12,88 milhões de toneladas por ano.
O número de casos registados oficialmente de infecção pelo novo coronavírus em Moçambique subiu de 10 para 17, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Saúde.
O país vive em estado de emergência durante todo o mês de Abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos, de aglomerações superiores a 20 pessoas e limitações na lotação de transportes.
Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
Agência Lusa