Considerando a possibilidade de uma pessoa infectada com o coronavírus tossir perto de outra não infectada sem que esta perceba, existe o risco de transmissão da doença. Para minimizar a possibilidade de se contrair o vírus, um novo aplicativo foi desenvolvida por voluntários para avisar caso tenha passado por uma situação de risco.
O aplicativo utiliza a tecnologia Bluetooth de baixa energia, que possibilita a comunicação entre dois celulares próximos um do outro. Quando dois smartphones com o app se aproximam, ele gera um código criptografado que fica armazenado nos dispositivos, mas não permite que humanos identifiquem os usuários, preservando a sua privacidade. Apesar disso regista, de forma cifrada, de quais outras pessoas alguém aproximou-se.
Um novo aplicativo vai avisar quem esteve perto de alguém injectado com a Covid-19 e possibilitar que a pessoa tome providências, sem invadir a sua privacidade
Se uma dessas pessoas for diagnosticada com a Covid-19, essa informação criptografada será encaminhada a um servidor central. O sistema, então, vai enviar um aviso a todos os usuários que estiveram próximos do doente. A ideia é que eles sejam testados, e que providências sejam tomadas se tiverem sido contaminados.
O aplicativo foi criado por um grupo de 130 cientistas e desenvolvedores de software europeus. Eles fundaram a organização sem fins lucrativos PEPP-PT, com sede na Suíça. A sigla vem de Pan-European Privacy-Preserving Proximity Tracing (“Rastreamento por Proximidade Pan-Europeu com Preservação de Privacidade”). Depois de três semanas de intenso trabalho voluntário para desenvolver o sistema, eles o oferecem de graça aos governos.
Para que funcione, será preciso que o aplicativo esteja nos smartphones, servidor central a funcionar e testes para os suspeitos de infecção. Os autores prevêem, inclusive, que haja intercâmbio de dados entre os países. Isso vai permitir detectar possíveis contaminações em contactos internacionais.
Um desafio previsto por eles será convencer a população a adoptar o aplicativo. Para que seja efectivo, ele precisará estar em pelo menos 60% dos smartphones. O cuidado com a preservação da privacidade dos usuários é importante para facilitar esse convencimento.
Se funcionar como esperado, esse processo vai permitir detectar o coronavírus antes que os sintomas apareçam e sem que seja necessário testar toda a população. Isso é importante porque, como já foi observado, pessoas que possuem o coronavírus e não apresentam sintomas podem transmiti-lo a outras.