O desempenho financeiro da Gemfields poderá este ano ser profundamente afectado pela pandemia de Covid-19, que obrigou à suspensão dos leilões de pedras preciosas responsáveis por 93% da facturação da empresa no ano de 2019, disse o presidente executivo Sean Gilbertson.
O responsável comentava os resultados da empresa em 2019, ano que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) registou um acréscimo de ligeiramente mais de um terço para 80,9 milhões de dólares.
“Se bem que o ano de 2019 tenha sido muito positivo para a empresa, a pandemia de Covid-19 terá um impacto no nosso desempenho operacional e financeiro em 2020”, disse, para recordar que as restrições à circulação de pessoas obrigou à suspensão dos leilões de rubi extraídos em Moçambique e de esmeraldas “por um período de tempo desconhecido.”
A empresa tinha em caixa 25,4 milhões de dólares no final de Dezembro de 2019, um aumento anual de 159% devido à venda da participação nas minas Júpiter por 30,4 milhões de dólares, mas a necessidade de suspender os leilões pode fazer com que aquele montante “possa desaparecer.”
Sean Gilbertson referiu-se ainda à invasão por mineiros clandestinos da concessão de rubis que a empresa tem na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, como outro problema que se adiciona ao Covid-19.
A empresa informou em Fevereiro passado que mineiros clandestinos destruíram bens de equipamento e atacaram trabalhadores.
“A Montepuez Ruby Mining Limitada mantém-se em contacto com as autoridades de Moçambique a fim de que estas tomem medidas contra os financiadores, facilitadores e sindicatos que estão por detrás do comércio ilegal de rubis”, disse ainda o presidente executivo da Gemfields.