O Dow Jones fechou a ceder 0,12% para 22.653,86 pontos e o Standard & Poor’s 500 deslizou 0,16% para 2.659,41 pontos, isto depois de ter estado em franca alta.
O S&P 500 chegou a estar a subir 3,5% durante a sessão, o que colocava em 23% a sua subida desde os mínimos tocados a 23 março. Mas não foi capaz de aguentar aquele nível de ganhos. Na última hora de negociação perdeu algum gás, depois ganhou mais ímpeto e negociava a valorizar mais de 1% mas entretanto nos minutos finais de transação cedeu todos os ganhos e foi incapaz de se manter à tona.
Já o tecnológico Nasdaq Composite recuou 0,33% para se fixar nos 7.887,26 pontos, depois de ontem escalar 7,33%.
Os principais índices do outro lado do Atlântico estavam a caminho da sua segunda sessão consecutiva de ganhos, com o sentimento dos investidores a melhorar perante a desaceleração dos casos de novas infeções de covid-19 no país, mas não foram capazes de manter a tendência.
Uma outra razão para as subidas que se estavam a observar na sessão de hoje esteve na depreciação da nota verde face ao euro e outras moedas de relevo. É que um dólar fraco faz subir o valor das vendas internacionais e dos lucros gerados pelas multinacionais norte-americanas, destacava a CNN. Mas nem a debilidade da divisa do país foi capaz de manter o movimento de ganhos no fecho da sessão.
Um dos sectores que mais penalizou foi o da energia, devido à queda dos preços do petróleo – que nos EUA afundaram 17% no agregado de segunda e terça-feira, à conta dos receios em torno da reunião virtual da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (o chamado grupo OPEP+), prevista para quinta-feira, 9 de abril – uma vez que a OPEP+ tem dito que será preciso que outros países, nomeadamente os EUA, se juntem ao esforço de corte da oferta mundial.
Na semana passada, o West Texas Intermediate, crude de referência para os EUA, disparou 32%, naquela que foi a maior subida semana da sua história. Agora, em apenas duas sessões já perdeu 17% (9% hoje e 8% ontem).
Mesmo quando as bolsas estavam a subir, os estrategas do Citigroup mostraram-se cautelosos, tendo dito à CNN Business que a questão mais importante sobre este movimento de subida diz respeito à sua duração.
“Embora as notícias mais recentes sobre o coronavírus sejam de alguma forma encorajadoras, é difícil dizer que já estamos livres de apuros”, referiram.
Com efeito, tem havido analistas que dizem que o movimento de queda ainda não parou e que os mínimos podem voltar a ser testados, pelo que se poderá estar perante uma segunda fase técnica do “bear market”.
Os resultados do primeiro trimestre estão quase a começar a ser divulgados e apenas darão uma primeira indicação dos efeitos que a pandemia está a ter nas empresas norte-americanas.
Segundo as estimativas da FactSet Research, os lucros das cotadas do S&P 500 deverão cair 7,3%, agregadamente, no primeiro trimestre – face aos valores de um ano antes.
A estimativa para o segundo trimestre é ainda pior, com os analistas a projetarem uma queda média de 15,1% dos lucros – o que, a suceder, rivalizará com o pior desempenho destas empresas desde a descida de 15,7% registada no terceiro trimestre de 2009 (o fim da Grande Recessão).