O economista-chefe da consultora Eaglestone prevê que a economia de Moçambique deve registar um crescimento económico de 2% devido à queda das matérias-primas e à incerteza sobre a evolução da pandemia.
“Estamos a assumir um crescimento de 2% para este ano, um pouco abaixo da previsão mais pessimista do governo anunciada recentemente que aponta para 2,2%”, enquanto a estimativa mais optimista aponta para uma subida de 3,8% do PIB, ambos mostrando uma redução significativa face aos 4,8% previstos inicialmente pelo Governo, disse Tiago Dionísio.
Em declarações à Lusa a propósito do agravamento da situação económica em África, no seguimento do desequilíbrio causado pela descida dos preços das matérias-primas e pela propagação da pandemia da covid-19, o analista vincou a importância de um acordo de médio prazo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) depois da pandemia estar controlada.
“Depois desta pandemia ser ultrapassada, o tema mais premente para o país é voltar a ter um acordo de médio prazo com o FMI, que permitiria ao país melhorar a sua credibilidade, nomeadamente junto de investidores internacionais
“Depois desta pandemia ser ultrapassada, o tema mais premente para o país é voltar a ter um acordo de médio prazo com o FMI, que permitiria ao país melhorar a sua credibilidade, nomeadamente junto de investidores internacionais, e ajudaria a retomar a ajuda financeira externa que o país precisa para o seu desenvolvimento”, considerou o analista.
Na semana passada, a Eaglestone enviou aos clientes um relatório sobre a economia de Moçambique, no qual analisou os ricos para a economia do país: “Os últimos acontecimentos relacionados com a covid-19 trouxeram riscos e incertezas sobre as perspetivas económicas do país, que deverá trazer pressão adicional na balança de pagamentos devido à recente queda abrupta no preço das matérias primas e até atrasar a implementação dos projetos de gás, penalizando assim a trajetória de recuperação” do país.
A actividade económica, conclui Tiago Dionísio, estava a recuperar do impacto dos ciclones Idai e Kenneth, que devastaram certas zonas do país no ano passado, estimando-se um crescimento perto de 5% este ano “graças aos esforços de reconstrução do país e aos avanços nos projetos de gás natural”.