O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, defendeu ontem um consenso em torno da criação de um fundo soberano alimentado por receitas dos recursos naturais, visando a construção de infra-estruturais essenciais ao desenvolvimento do país.
Adriano Maleiane pronunciou-se sobre um eventual fundo soberano, respondendo a perguntas dos deputados da Assembleia da República, em torno do Programa Quinquenal do Governo (PQG), que está desde ontem em debate no parlamento.
“Queremos ter um consenso, queremos trazer para a sociedade uma solução que resulte de consenso”, afirmou Adriano Maleiane.
O ministro assinalou que o debate sobre um eventual fundo soberano no país tem sido pontuado por divergências entre sectores que defendem esse modelo e os que se opõem.
“Há alguns que dizem que não temos escolas, não temos nada, por isso, não faz sentido poupar num fundo, mas há outros que dizem que temos que saber poupar e guardar num fundo”
“Há alguns que dizem que não temos escolas, não temos nada, por isso, não faz sentido poupar num fundo, mas há outros que dizem que temos que saber poupar e guardar num fundo”, enfatizou Adriano Maleiane.
As discussões sobre um eventual fundo soberano, acrescentou, vão prosseguir sob direcção do Banco de Moçambique, instituição encarregue pelo Governo para dinamizar o debate em torno da matéria.
Adriano Maleiane congratulou-se com o PQG, defendendo que o documento tem a virtude de apontar claramente as metas que o Governo pretende alcançar nos próximos cinco anos e a forma de chegar aos resultados.
“Não é um PQG que se limita a apontar procedimentos, mas aponta claramente indicadores e metas, passíveis de serem monitorados por todos”, elogiou o governante.
O PQG que a Assembleia da República começou esta quinta-feira a debater prevê que a economia do país chegue a 2024 com uma taxa de crescimento médio de 5,5%, mas o ministro da Economia e Finanças reviu em baixa a previsão de crescimento económico.
Em vez do crescimento de 4,8% previsto para este ano, as previsões oficiais apontam agora para 2,2% num cenário pessimista e 3,8% num cenário optimista.
Falando na apresentação do documento, o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, avisou que a economia do país vai conhecer este ano um abrandamento, devido ao impacto da pandemia da COVID-19.
No mesmo sentido, espera-se uma subida de inflação e a depreciação da moeda nacional (o metical), face às divisas de referência regionais e internacionais.
Agência Lusa