O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, disse, esta quinta-feira, que o apelo foi feito a pedido do Presidente dos EUA, Donald Trump, com quem esteve a falar telefonicamente, segundo a agência noticiosa oficial saudita, SPA.
Trump disse, na quinta-feira, que estaria em curso um possível acordo entre a Arábia Saudita e a Rússia, para resolver a guerra de preços do petróleo entre os dois países, que, juntamente com a quebra de consumo, está a provocar fortes distúrbios no mercado.
“Acabei de falar com o meu amigo (bin Salman) da Arábia Saudita, que falou com o Presidente russo”, escreveu Trump na sua página pessoal da rede social Twitter.
Donald Trump escreveu no Twitter que espera que os países produtores de petróleo “reduzam em cerca de 10 milhões de barris e talvez muito mais” a produção petrolífera
Após o anúncio de negociações entre a Arábia Saudita e a Rússia, por Donald Trump, os preços do petróleo subiram quase 30%, depois de várias semanas de quebras substanciais no valor dos barris.
Contudo, o Presidente russo, Vladimir Putin, já veio negar qualquer conversa com Mohamed bin Salman, desmentindo a versão de Donald Trump.
“Não, essa conversa não existiu”, disse Dmitri Peskov, porta-voz da Presidência russa, explicando que não existe sequer qualquer negociação agendada.
Mohamed bin Salman quer agora que a solução para o problema dos preços petrolíferos, perante a crise pandémica, seja resolvido dentro da OPEP.
“O Reino convida (os membros da OPEP) para uma reunião urgente com outro grupo de países, a fim de tentar chegar a um acordo justo para recuperar o equilíbrio desejado nos mercados de petróleo”, disse a agência SPA.
Donald Trump, que incentivou a reunião, escreveu no Twitter que espera que os países produtores de petróleo “reduzam em cerca de 10 milhões de barris e talvez muito mais” a produção petrolífera.
O Presidente norte-americano tem tentado, nos últimos dias, aliviar as tensões entre Riad e Moscovo, que têm feito descer substancialmente o preço do barril de petróleo.
A Rússia – o segundo maior produtor de petróleo do mundo, mas que não pertence à OPEP — recusou-se a diminuir a produção petrolífera para compensar uma quebra na procura, provocada pela pandemia do novo vírus corona.
Perante essa recusa, Riad fez reduções acentuadas nos preços e registou um aumento na produção diária de barris de petróleo, provocando forte agitação nos mercados financeiros.