A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) defendeu hoje o aumento dos apoios governamentais às transportadoras africanas e do Médio Oriente, que podem perder 23 mil milhões de dólares devido à pandemia.
“A IATA fortaleceu o seu apelo para uma acção urgente dos governos em África e no Médio Oriente para fornecerem apoio financeiro às transportadoras, já que o último cenário para a potencial queda de receitas este ano aponta para perdas de 23 mil milhões de dólares, sendo 19 mil milhões de dólares no Médio Oriente e 4 mil milhões de dólares em África”, lê-se num comunicado hoje divulgado em Genebra.
“Isto traduz-se numa queda de receita para a indústria na ordem dos 32% para África e 39% para o Médio Oriente este ano, em comparação com o ano passado”, acrescenta-se no texto, que indica que a África do Sul, a Nigéria, a Etiópia e o Quénia estão entre os países mais afectados.
Para minimizar os danos alargados que estas perdas representam para as economias, é vital que os governos aumentem os esforços de ajuda à indústria
As grandes perdas, no entanto, concentram-se nas companhias do Médio Oriente, com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a serem os mais atingidos, com perdas de receitas a superarem os 10 mil milhões de dólares.
“Para minimizar os danos alargados que estas perdas representam para as economias, é vital que os governos aumentem os esforços de ajuda à indústria”, lê-se no comunicado, que aponta, entre outros, o exemplo de Cabo Verde, que diferiu o pagamento do aluguer dos aviões, e de Angola, que está entre os países que “fizeram considerações positivas sobre apoio financeiro” às companhias aéreas.
“A indústria do transporte aéreo é um motor económico, representando 8,6 milhões de empregos em África e no Médio Oriente, vale 186 mil milhões de dólares do PIB e cada emprego criado nesta indústria apoia outros 24 na economia”, disse o vice-presidente para a região, Muhammad Al Bakri, alertando que “ter companhias aéreas saudáveis será essencial para relançar a economia do Médio Oriente a nível global a seguir à crise”. (Agência Lusa)