O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje a aprovação de um empréstimo de emergência no valor de 1,5 milhões de dólares para ajudar nove países africanos a combaterem a praga de gafanhotos.
Canalizada através da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla em inglês) com a chancela da União Africana, o empréstimo no valor de cerca de 1,3 milhões de euros vai ajudar Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Uganda e Tanzânia a controlarem “a praga de gafanhotos que está a ameaçar as colheitas e a segurança alimentar”.
A IGAD está a colaborar com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que lidera a coordenação do apoio financeiro dos parceiros contra a invasão de gafanhotos, cujas verbas serão usadas para “controlar a propagação da invasão de gafanhotos, prevenir potenciais novas ameaças e fazer uma avaliação do impacto da invasão”, lê-se no comunicado de imprensa.
Na Etiópia, a praga de gafanhotos é a maior nos últimos 25 anos e no Quénia é a pior dos últimos 70 anos
Entre os países afectados, o BAD destaca que “o Quénia, a Etiópia e a Somália foram particularmente afectados pelo surto e pela reprodução em grande escala dos gafanhotos, que deve originar novas vagas nas próximas semanas” e alerta que “a infestação coloca um risco sem precedentes para a subsistência e segurança alimentar numa região já frágil e causou um gigantesco prejuízo para a produção agrícola”.
Na Etiópia, a praga de gafanhotos é a maior nos últimos 25 anos e no Quénia é a pior dos últimos 70 anos.
Na Etiópia, segundo o BAD, os gafanhotos destruíram mais de 30 mil hectares de colheitas, incluindo no café e chá, que representam 30% das exportações do país, e no Quénia foram destruídos 70 mil hectares de colheitas.
“Os esforços para controlar as infestações vão requerer cerca de 147 milhões de dólares, dos quais 75 milhões de dólares já foram garantidos por governos, doadores e agências das Nações Unidas, “mas ainda continua a haver um subfinanciamento significativo”, conclui o BAD. (Agência Lusa)