Aagência de notação financeira Moody’s piorou o ‘rating’ da petrolífera sul-africana Sasol, de Ba1 para Ba2, devido à deterioração das condições económicas, dificultando a inversão da tendência de aumento no endividamento da empresa.
“A decisão de degradar a avaliação da qualidade de crédito para Ba2 reflecte a opinião da Moody’s de que as métricas de crédito vão deteriorar-se nos próximos 12 a 18 meses, ao contrário da moderada desalavancagem que antes era prevista”, escreveram os analistas.
Na nota que acompanha a decisão, a Moody’s apontou que “o ‘rating’ foi colocado com Perspectiva de Evolução Negativa para acomodar os significativos riscos que a companhia enfrenta através da redução das expectativas de crescimento global, volatilidade nos preços do petróleo e um aumento do risco de refinanciamento”.
A decisão de degradar a avaliação da qualidade de crédito para Ba2 reflecte a opinião da Moody’s de que as métricas de crédito vão deteriorar-se nos próximos meses
A Sasol, reconheceram os analistas, “foi apanhada numa intersecção de uma série de desenvolvimentos negativos do ponto de vista do crédito, incluindo uma significativa deterioração no ambiente operacional, que resulta da combinação do colapso dos preços, alargamento do impacto da pandemia e um enfraquecimento da qualidade do crédito soberano da África do Sul”.
A Sasol está presente em Moçambique desde 2004, tendo contribuído mais de 0,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, disse um responsável da petrolífera em Novembro, num encontro sobre o petróleo e gás em África.
O vice-presidente da Sasol Exploration and Production International, Gilbert Yevi, afirmou então que a empresa sul-africana tem desempenhado um papel “catalisador” no desenvolvimento socio-económico de Moçambique.
“O investimento em capital realizado pela Sasol, de mais de 3 mil milhões de dólares, as operações diárias, o investimento social e a capacitação profissional tiveram um impacto significativo no período de 2004 a 2018”, acrescentou.
A Sasol está presente em Moçambique desde 2004, tendo contribuído mais de 0,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país
O gestor revelou ainda que a empresa “é também um contribuinte significativo para o fisco nacional com 495 milhões de dólares em impostos”.
Segundo Gilbert Yevi, a petrolífera multinacional sul-africana manteve mais de 300 postos de trabalho permanentes desde o início das operações, em vários sectores de actividade, sendo que “mais de 90% da força de laboral da Sasol Moçambique são moçambicanos”.
“Juntamente com o Governo de Moçambique, criou-se um plano de conteúdo local para assistir e impulsionar o crescimento de negócios locais através das operações sustentáveis da Sasol”, salientou.
Além de Moçambique, a Sasol possui uma participação não operacional de cerca de 30% na licença Etame Marin, no ‘offshore’ do Gabão, na África Ocidental. (Agência Lusa)