O Governo britânico criou uma unidade de resposta rápida para responder a vários tipos de fraude e desinformação (fake news) que circulam na internet a propósito do novo vírus corona (Covid-19). O Facebook e outros gigantes da internet anunciaram a intenção de colaborar com os governos para criminalizar os responsáveis.
Além dos esquemas directamente criminosos, que procuram lucrar com o medo social em torno do vírus, seja promovendo falsos tratamentos, vendendo coisas que não existem, obtendo informações de natureza pessoal ou espalhando vírus por computadores alheios, há muitos tipos de rumores e informação falsa que, numa altura como a actual, podem causar danos sérios.
“Precisamos que as pessoas sigam os conselhos médicos dos especialistas e fiquem em casa, protejam o NHS (o serviço nacional de saúde) e salvem vidas”, disse o secretário da cultura, Oliver Dowden. “É vital que esta mensagem seja entendida e que a informação errada e a desinformação que a alimenta seja derrubada rapidamente”. Por dia chega a haver cerca de dez casos preocupantes.
Vários países estão a criminalizar a disseminação consciente de informação perigosa sobre o vírus corona e os gigantes das redes sociais também procuram colaborar
A iniciativa é acompanhada por uma outra, o relançamento de uma campanha que aconselha as pessoas a terem atenção com o que colocam online. O nome da campanha – Don’t Feed The Beast, ou seja, não alimentem a besta, ou animal – é sugestivo.
O Governo está em contacto permanente com as redes sociais para lhes solicitar que retirem de linha conteúdo falso que possa ser perigoso. O Twitter já anteriormente anunciou que o faria por iniciativa própria. No domingo, por exemplo, apagou duas publicações do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, justificando: “este tweet não está mais disponível porque violou as regras do Twitter”.
Criminalizar a informação deliberadamente falsa
O correspondente de tecnologia da BBC explicou que muitas vezes não vai ser fácil concretizar essa intenção, “dado o volume de desinformação de toda a gente desde quem faz campanha contra o 5G até homeopatas a promover remédios falsos, o Twitter propõe-se ao que parece ser uma tarefa impossível. Também se pode ver acusado de preconceito ocidental ou liberal”.
O Facebook e outros gigantes da internet anunciaram igualmente a intenção de colaborar com os governos nesse esforço. As orientações oficiais da Organização Mundial de Saúde já surgem à cabeça dos resultados em motores de busca e redes sociais.
Entretanto, no Reino Unido há propostas para criminalizar a partilha de informação que se sabe ser falsa. Diversos países, entre os quais a África do Sul, as Filipinas e Marrocos já o fizeram, punindo a prática com multas ou mesmo penas de prisão. Outros anunciaram a intenção de o fazer.