O Absa Bank Moçambique apresentou um resultado líquido de 1 048 milhões de meticais e mantém um rácio de liquidez entre os mais elevados do mercado, em linha com a estratégia alicerçada em “níveis robustos de capital e liquidez e a abordagem prudente adoptada pela administração”, terminando o exercício com um rácio de solvabilidade de 20%, acima do mínimo regulamentar de 12%.
No fecho de contas de 2019, o banco apresenta um lucro líquido ‘estatutário’ (seguindo as normas de relato internacional) de 1 048 milhões de meticais e um lucro líquido ‘normalizado’, ou seja, sem impacto da separação do Barclays, de 1 237 mil milhões de meticais. “Um resultado excelente” para o administrador delegado do banco em Moçambique, Rui Barros. que explica o desempenho no exercício económico de 2019, “pelos programas implementados pela gestão para o aumento da eficiência e incremento do volume de negócios, contribuindo, assim, para o crescimento da receita e para o resultado líquido acima de mil milhões de meticais”, assume.
A grande operação de mudança de marca teve um natural impacto no abrandamento do crescimento dos resultados líquidos do banco que tinha chegado aos 1,4 mil milhões de meticais
no exercício de 2018
Para o gestor, “embora 2019 tenha sido um ano de desafios para o sector financeiro”, marcado pela ocorrência de desastres naturais, que impactaram negativamente a economia, o desempenho foi “fantástico na forma como combinou um conjunto de resultados financeiros tão sólidos, num ano em que executou a mudança de marca e um complexo processo de separação tecnológica enquanto teve ainda que gerir as adversidades sentidas na economia nacional e, em particular, no sistema financeiro.”
Uma estratégia “eficaz” que, segundo o banqueiro, “teve por base a qualidade do balanço, procurando os activos da melhor qualidade creditícia que permitiu ultrapassar os impactos de crescimento económico moderado, e manter níveis de imparidade reduzidos e um rácio de solvabilidade acima de 20%, apesar dos impactos dos desastres naturais ocorridos”, ressalva.
Sendo que, ao longo do ano, se assistiu à grande operação de mudança de marca, esta acaba por evidenciar um natural impacto nos resultados líquidos do banco na ordem dos 279 milhões de meticais (custo da operação) e um abrandamento do crescimento da margem líquida, que tinha chegado aos 1,4 mil milhões de meticais no exercício passado. “Foi um esforço adicional que acabou por absorver uma fatia da margem líquida final numa das etapas essenciais para a completa separação estatutária e tecnológica da antiga marca”, sendo que o banco assinala, em nota à imprensa, que o resultado apresentado “incorpora os custos incorridos no exercício especificamente para o efeito”.
“Estamos cientes que, a curto prazo, teremos grandes desafios, mas num ambiente de normalidade a economia moçambicana irá retomar o ritmo de crescimentoa que já estávamos a assistir nos últimos tempos”
Na sessão de apresentação dos resultados de 2019, mas não deixando de olhar para 2020, Rui Barros mostrou-se “confiante” na retoma do crescimento da economia moçambicana mesmo com a crise provocada pela pandemia do covid-19: “Estamos cientes que, a curto prazo, teremos grandes desafios, mas num ambiente de normalidade a economia moçambicana irá retomar o ritmo de crescimento a que já estávamos a assistir nos últimos tempos”
A destacar ainda, o nível dos Crédito a Clientes, em que se registou um aumento de 32,5% (total de 7,1% de quota de mercado), bem como nos Depósitos de Clientes, que aumentaram 14,7% bem no Rácio de liquidez que se situou nos 41,3%, quase o dobro do limite regulamentar.
O ligeiro aumento da Receita na casa dos 2% é justificado “por um ambiente de diminuição de taxas de juros”.