O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, defendeu, esta segunda-feira, que a emissão de ‘coronabonds’ não é o único instrumento para enfrentar o impacto económico do novo vírus corona na zona euro.
“Não é nem o único instrumento de defesa, nem certamente o mais poderoso”, disse De Guindos, à radio Cadena Cope, citado pela agência Reuters, em referência à emissão de dívida comum.
“O mais poderoso é sem dúvida o Banco Central Europeu”, defendeu o antigo ministro da Economia de Espanha, entre 2011 e 2018.
De Guindos junta-se assim ao debate que está a dividir os países europeus sobre a resposta à epidemia da Covid-19. Os países do Sul, entre os quais Portugal, têm defendido a emissão de dívida comum, mas a proposta tem tido resistência de países como a Holanda e a Alemanha, bem como de alguns dirigentes das instituições europeias.
O primeiro-ministro português, António Costa, escreveu uma carta e oito outros líderes europeus subscrevem uma carta dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a reclamar a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida, antes do Conselho Europeu na semana passada. No entanto, as negociações não tiveram qualquer avanço neste sentido.
Também o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, voltou a defender a emissão de ‘coronabonds’ ao abrigo do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Depois de ter defendido a opção, num artigo publicado no Jornal Económico, e numa entrevista ao “Expresso”, salienta que os recursos angariados pela dívida comunitária deveriam ser canalizados directamente para os cofres dos Estados-membros e reembolsáveis através do orçamento comunitário no longo-prazo, a 50 anos.
Já Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que a emissão de ‘coronabonds’ não se insere no plano da Comissão, além de ter chamado a atenção para a existência de “limites jurídicos” à emissão de dívida comunitária para responder aos impactos económicos do novo vírus corona.
Lusa