A Jonhson & Johnson fez um anúncio e várias promessas: tem uma boa candidata a vacina, acredita que testes em humanos arrancam em Setembro e que a vacina estará pronta para uso de emergência em 2021.
Parecem tudo boas notícias. A Johnson & Johnson está a desenvolver uma vacina, que considera ser forte candidata a líder no combate ao coronavírus, segundo anunciou a empresa esta segunda-feira. A multinacional espera começar os testes em humanos já daqui a seis meses e, no início de 2021, acredita que o fármaco estará pronto a ser usado em situações de emergência.
Mais ainda, compromete-se a usar a capacidade produtiva das suas fábricas para produzir mil milhões de doses da vacina. Para que tal seja possível, a empresa e o governo dos EUA vão investir mil milhões de dólares na capacidade de produção da empresa, cabendo à administração de Donald Trump uma fatia de 421 milhões.
A vacina da Johnson & Johnson vai entrar na fase de testes pré-clínicos
Antes de soltar os foguetes — até porque há mais farmacêuticas a prometer encontrar a vacina para a Covid-19 —vamos analisar o comunicado de imprensa do Johnson & Johnson.
Ali há factos científicos e há promessas que, por enquanto, não passam disso mesmo.
Primeiro, os factos. Desde Janeiro de 2020, quando foi sequenciado o genoma do SARS-CoV-2 que a multinacional deu o tiro de partida. Através da Janssen, a companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, começou a investigar possíveis candidatos a vacinas em parceria com o Centro Médico Beth Israel Deaconess, de Boston, um hospital-escola da Escola de Medicina Harvard. Várias vacinas foram testadas até se identificar aquela que oferece maior garantias de produzir uma resposta imune durante os testes pré-clínicos.
É nesse ponto que a investigação se encontra. A Johnson & Johnson anunciou ter encontrado aquele que acredita ser o candidato mais forte a impedir a infeção do novo coronavírus.
Antes de qualquer teste em humanos — como os que, por exemplo, a equipa da virologista Chen Wei já estão a levar a cabo na China — uma potencial vacina tem de passar pelos testes em laboratório, onde são analisados os novos compostos, pelos testes pré-clínicos, onde é avaliada a segurança e eficácia, e finalmente pelos estudos de toxicidade in vivo em animais. Só depois se entra na fase de ensaios clínicos, ou seja, testes em humanos.
A vacina da Johnson & Johnson vai agora começar os testes pré-clínicos.