A pandemia do novo coronavírus está a assustar o mundo. A Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América, informou, hoje, que a pandemia se espalhou para 176 países e territórios, deixando um total de 549 474 pessoas infectadas e 24 883 mortos.
Naturalmente, a magnitude desse episódio está a ser acompanhada de muita desinformação. Veja abaixo alguns casos de notícias falsas (fake news) que estão a circular sobre a epidemia do novo coronavírus.
O número de pessoas que foram curadas é de 128 710, a maioria delas na China, 74 701
“Água quente é capaz de matar o vírus” (falso)
Uma mensagem que está a ser amplamente compartilhada nas redes sociais, supostamente dada por um profissional da saúde, sugere que se beba água quente (entre 26ºC e 27ºC) para matar o coronavírus.
O Ministério da Saúde lembra que a temperatura do corpo é de, no mínimo, 36ºC, portanto, ingerir líquidos nas temperaturas sugeridas não faria qualquer diferença. Enfatiza, no entanto, que não há medicamento, substância, vitamina ou alimento específico capaz de evitar o contágio.
Circula na internet uma imagem que mostra o rótulo de um insecticida, no qual se lê “human coronavírus”. As imagens são evidentemente falsas.
“Coronavírus veio dos insecticidas” (falso)
Circula na internet uma imagem que mostra o rótulo de um insecticida, no qual se lê “human coronavírus”. As imagens são evidentemente falsas. Ainda não há consenso na comunidade científica sobre a origem do novo coronavírus.
No entanto, as formas de transmissão e contaminação, explica o Ministério da Saúde, são por meio do contacto com secreções ou pelo ar.
“O ar contido em plástico-bolha que vem da China porta a Covid-19” (falso)
Um boato que está a fazer sucesso pelo WhatsApp no Brasil é o que diz que o ar do plástico bolha que envolve produtos importados da China pode estar contaminado pelo novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, não há qualquer evidência sugerindo a veracidade dessa informação. “Vírus geralmente não sobrevivem muito tempo fora do corpo de outros seres vivos, e o tempo de tráfego destes produtos costuma ser de muitos dias”, lembrou a entidade.
“Vacina contra o Covid-19 foi descoberta” (falso)
A grande dificuldade dos cientistas em encontrar uma vacina contra a doença está no facto de o vírus estar em constante mutação. No entanto, tentativas continuam a ser feitas. Nesse contexto, na terça-feira (17), um jornal chinês anunciou que o país asiático deu aval a pesquisadores para que iniciem testes de segurança em humanos de uma vacina experimental. Por enquanto, é só mais um teste.
“Desinfectantes anti-bactericidas não têm eficácia contra a doença” (falso)
Nos Estados Unidos, país que regista o maior número de casos confirmados, cerca de 82 mil, circula o boato de que desinfectantes anti-bactericidas para as mãos não teriam eficácia contra a doença. De acordo com a revista americana Newsweek, essa notícia falsa começou a ser espalhada no início de Março, via Twitter, e não tem qualquer fundamento: segundo o Centro de Controle de Doenças do país, é perfeitamente possível usar o item para higienizar as mãos quando não há água e sabão disponíveis.
Na Índia, uma política do partido no Governo Bharatiya Janata (o mesmo do primeiro-ministro Narendra Modi) disse à imprensa que as pessoas poderiam usar urina e estrume de vaca para curar o novo coronavírus.
“Urina e estrume de vaca podem curar o novo coronavírus” (falso)
Na Índia, uma política do partido no Governo Bharatiya Janata (o mesmo do primeiro-ministro Narendra Modi) disse à imprensa que as pessoas poderiam usar urina e estrume de vaca para curar o novo coronavírus. Vale lembrar que a vaca é considerada sagrada no país e que o uso da urina deste animal em situações terapêuticas é comum. Na sexta-feira (12), a agência Reuters informou que um grupo religioso iria até realizar uma festa para o consumo do líquido, apesar dos alertas de profissionais da saúde quanto a sua eficácia contra o novo coronavírus e os riscos que a ingestão pode trazer.