As bolsas à escala mundial registaram um ganho de 8,4% na terça-feira, a maior subida diária na crise do coronavírus. As praças da zona euro avançaram 9,2% e Nova Iorque registou o maior disparo desde 1933 nos tempos da Grande Depressão.
Mário Centeno, ministro das finanças português, falou de 13% do PIB da zona euro dedicado à resposta à crise e em Washington houve fumo branco com um ‘superpacote’ de mais de 2 biliões na calha.
Os mercados financeiros reagiram com euforia na terça-feira à perspectiva de uma resposta de 6 biliões de euros à crise do coronavírus por parte dos governos à escala mundial. Será um ‘megapacote’ mundial superior ao usado face à crise de 2008 e 2009.
Os mercados financeiros reagiram com euforia na terça-feira à perspectiva de uma resposta de 6 biliões de euros à crise do coronavírus por parte dos governos à escala mundial. Será um ‘megapacote’ mundial superior ao usado face à crise de 2008 e 2009
O índice MSCI das bolsas à escala mundial registou na terça-feira uma subida de 8,4%, o maior ganho diário desde que se iniciou esta crise do coronavírus. A tendência positiva continua esta quarta-feira na Ásia, onde o índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio (a mais importante da região) fechou a subir 8,1%. Seul, Sydney e Mumbai registam ganhos acima de 5%.
O índice MSCI das bolsas à escala mundial registou na terça-feira uma subida de 8,4%, o maior ganho diário desde que se iniciou esta crise do coronavírus. Os investidores estão a valorizar a reação política das principais economias e do próprio G7 (grupo das sete maiores economias desenvolvidas) que na terça-feira declarou que será “feito o que for preciso”, mantendo a “política expansionista durante o tempo que for necessário”, e que os seus membros estão em “contacto estreito”.
O risco da economia mundial se afundar 1,5% em 2020, segundo as previsões do Institute of International Finance, o lobby da banca privada mundial, ficou em segundo plano.
A concretizar-se uma previsão tão pessimista será a maior recessão desde a Grande Depressão do século passado. A Organização Mundial de Saúde avisou que o epicentro da pandemia pode ‘navegar’ da Europa para os Estados Unidos (no mesmo dia em que Donald Trump anuncia que quer ‘reabrir’ a economia norte-americana já a 12 de abril e declara que a “cura pode ser pior do que o problema”) e na Ásia a Índia meteu 1,3 mil milhões de habitantes em quarentena depois de avisos que um forte surto podia atingir a segunda nação mais populosa do mundo.
Alheias às previsões pessimistas, as praças de Nova Iorque e da zona euro registaram as subidas mais elevadas da sessão de terça-feira. O índice MSCI para os EUA ganhou 9,4% e o para a Zona Euro avançou 9,2%
Alheias às previsões pessimistas, as praças de Nova Iorque e da zona euro registaram as subidas mais elevadas da sessão de terça-feira. O índice MSCI para os EUA ganhou 9,4% e o para a Zona Euro avançou 9,2%.
Em Wall Street registou-se a quinta maior subida percentual de sempre. O Dow Jones 30, o principal índice, disparou 11,5%, um ganho diário que já não se observada desde 1933 durante a Grande Depressão. Nos períodos de crise financeira sucedem-se sessões de derrocada (como as registadas a 12 e 16 deste mês com quedas mundiais acima de 9%) e dias de euforia (de que esta terça-feira foi exemplo).
Mas para evitar que a subida desta terça-feira seja apenas fogo de vista, “é preciso que o mercado feche amanhã (quarta-feira) um pouco mais alto do eu está à espera”, concluiu, sem quantificar.
Congresso dos EUA vai aprovar ‘superpacote’ e Centeno anuncia impulso orçamental na zona euro
Os investidores nos mercados de ações estão a reagir positivamente à vontade política dos governos em avançar com um impulso orçamental e uma garantia de liquidez que já soma mais de 6 biliões de euros, tendo em conta todas as promessas já feitas de oriente a ocidente.
Em Washington Steven Mnuchin, o secretário do Tesouro, e os líderes do Congresso acordaram finalmente um pacote de 2 biliões de dólares. Do outro lado do Atlântico, no final da reunião do Eurogrupo (órgão de reunião dos ministros das Finanças do euro) na terça-feira, Mário Centeno, o seu presidente, deu conta que o impulso orçamental soma 2% do PIB da zona euro e as garantias à liquidez já totalizam 13% do PIB.
A este ‘megapacote’ orçamental global juntam-se mais 1 bilião de euros em programas de compra de activos (vulgo QE, de quantitative easing) já anunciados por parte de sete bancos centrais e a disponibilidade da Reserva Federal dos EUA de comprar sem limites, o “que for necessário”.
Na opinião de Quincy Krosby, analista da Prudential, “as medidas anunciadas não vão resolver tudo. Elas vêm em complemento de numerosos programas que a Reserva Federal já avançou (…), com a ideia central de desbloquear o dinheiro tão depressa cano possível”.
Um sinal encorajador, ainda segundo esta analista, é dado pelo indicador de volatilidade em Wall Street, designado VIX, que recuou fortemente nos últimos dias, o que costuma anunciar um mercado em alta de forma sustentada.